No último mês, os brasileiros depositaram cerca de R$ 349,6 bilhões na poupança, enquanto os saques totalizaram R$ 356 bilhões. Mesmo com rendimentos que somaram R$ 6,5 bilhões, o saldo da poupança ficou em pouco mais de R$ 1 trilhão. Este resultado negativo marca o quarto mês consecutivo de saídas líquidas, totalizando R$ 52,1 bilhões desde o início do ano.
Desde julho do ano passado, a caderneta tem enfrentado um cenário de perdas líquidas, exceto em dezembro de 2024, quando houve um leve aumento dos depósitos. Ao longo de 2024, os saques superaram os depósitos em R$ 15,5 bilhões, evidenciando um padrão de desinteresse crescente pela poupança entre os investidores.
Uma das principais razões para essa migração é a alta da taxa Selic, que atualmente está em 14,75% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar os juros pela sexta vez consecutiva. Essa taxa elevada torna outras opções de investimento mais atrativas, além de pressionar o consumo, em um cenário já complicado pela alta dos preços dos alimentos e da energia.
O comunicado do Copom ressalta que a incerteza ainda persiste, exigindo cautela quanto a futuras decisões sobre a taxa de juros. O mercado financeiro especula que a Selic permanecerá nesse patamar até o final de 2025, o que poderá afetar ainda mais a disposição dos brasileiros em manter suas economias na poupança.
Essa mudança de comportamento pode ser vista como um reflexo das dificuldades econômicas que o país vem enfrentando, onde os consumidores buscam alternativas de investimento que proporcionem retornos mais substanciais, em um cenário de instabilidade. A tendência de saques na poupança pode indicar uma necessidade de buscar alternativas mais rentáveis, enquanto o futuro permanece envolto em incertezas que exigem atenção e análise cuidadosa.