O Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletou dados de aproximadamente 10% da população, que responderam a um questionário detalhado. Entre os destaques da pesquisa, 11,1% dos adolescentes entre 14 e 17 anos já estavam exercendo algum tipo de trabalho. Na faixa etária acima dos 65 anos, 14,9% da população estava ativa no mercado de trabalho.
Quanto à renda, os dados revelam que o trabalhador brasileiro recebeu, em média, R$ 2.851 mensais em 2022. No entanto, a situação é preocupante, pois 35,3% da força de trabalho recebia até um salário mínimo, que na época equivalia a R$ 1.212. Embora tenha havido uma ligeira melhoria em relação ao Censo de 2010 — quando essa proporção era de 36,4% — a desigualdade ainda persiste. A maioria dos trabalhadores está concentrada na faixa de 1 a 5 salários mínimos, que subiu de 54% para 57% entre 2010 e 2022. Já a porcentagem de pessoas com rendimentos superiores a cinco salários mínimos caiu de 9,6% para 7,6%.
A pesquisa também revelou que 75,5% da renda mensal das famílias brasileiras provém do trabalho, enquanto outras iniciativas, como aposentadorias e benefícios sociais, respondem por 24,5%. O nível educacional também se mostrou como um fator determinante na renda, com trabalhadores que possuem ensino superior recebendo, em média, R$ 5.796 por mês — um valor consideravelmente superior aos R$ 2.291 recebidos por aqueles com nível médio.
Em relação à composição do mercado de trabalho, a pesquisa indica que 69,2% da população estava empregada como empregados (cerca de cinco pontos percentuais a menos que em 2010), enquanto 26,7% atuavam como trabalhadores autônomos, um aumento em relação aos 22,4% da pesquisa anterior. Apesar do desenvolvimento de algumas categorias, a proporção de empregadores também cresceu, mas se manteve baixa, passando de 2,1% para 3,3%.
As diferenças regionais em termos de ocupação e rendimento foram notáveis. A taxa média de 53,3% foi superada no Sudeste, Centro-Oeste e Sul, onde a ocupação chegou a 60,3%. No entanto, no Norte e Nordeste, menos da metade da população com mais de 14 anos estava em atividade. Essas disparidades foram refletidas nos rendimentos, variando de R$ 2.015 no Nordeste a R$ 3.292 no Centro-Oeste. Os dados também indicam que 520 municípios apresentaram rendimentos inferiores a um salário mínimo, ressaltando a vastidão das desigualdades econômicas que persistem no Brasil.