O sistema, que facilitaria transferências instantâneas de recursos entre diferentes instituições financeiras, foi oficialmente lançado em novembro de 2020, mas suas origens podem ser rastreadas até 2016, quando a necessidade de um sistema mais eficiente começou a ser discutida. Em dezembro daquele ano, logo após assumir a presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn apresentou a Agenda BC+, um projeto com o intuito de tornar o sistema financeiro mais inclusivo e eficiente.
Goldfajn ressaltou que, apesar da dinâmica do sistema brasileiro, havia espaço para melhorias que tornariam a oferta de produtos financeiros mais competitiva. Este conceito se traduziria mais tarde na criação do Pix, que deveria garantir pagamentos rápidos, seguros e transparentes. Em maio de 2018, o BC lançou o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, o Lift, focando na pré-incubação de projetos que alinhavam tecnologias emergentes com as necessidades do sistema financeiro. No mesmo mês, foi criado o Grupo de Trabalho de Pagamentos Instantâneos, que seguiu consolidando as ideias que culminariam no Pix.
Com a estrutura relevada e discutida, o Banco Central passou a administrar a nova plataforma, que centralizou dados para maximizar os ganhos de escala e a eficiência do sistema. O nome “Pix” foi revelado em fevereiro de 2020, apenas um mês antes da pandemia de Covid-19, e deveria atender à demanda crescente da população por soluções de pagamento rápido e acessível.
O sistema foi testado inicialmente em um ambiente restrito a uma fração dos clientes de bancos, até que, em 16 de novembro de 2020, foi oficialmente lançado ao público. O impacto foi imediato e profundo: nos primeiros cinco anos de operação, o Pix movimentou cerca de R$ 65 trilhões. Em junho de 2023, o sistema atingiu um recorde de movimentação mensal – R$ 2,866 trilhões –, comparados a apenas R$ 25,869 bilhões no mês de seu lançamento. Desde então, o Pix não apenas transformou a forma como os brasileiros realizam transações financeiras, mas também estabeleceu um novo padrão para a inclusão financeira no país, com 936 instituições financeiras participando ativamente do sistema.