ECONOMIA – Petroleiros do Norte Fluminense Suspendem Greve e Aceitam Contraproposta da Petrobras Após 16 Dias de Mobilização e Avanços no Acordo Coletivo de Trabalho

Na assembleia realizada nesta terça-feira, os petroleiros do Norte Fluminense decidiram suspender a greve que durava 16 dias, aceitando a contraproposta da Petrobras sobre o Acordo Coletivo de Trabalho. A decisão foi apoiada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que é considerado a principal entidade representativa da categoria no Brasil, filiada à Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Durante a assembleia, os trabalhadores também decidiram manter o estado de assembleia permanente e o estado de greve, um passo estratégico para garantir que a Petrobras cumpra os compromissos assumidos. Além disso, os petroleiros aprovaram um desconto assistencial ao sindicato, correspondente a 1% do salário líquido, a ser realizado em três parcelas.

O coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, comentou que a aprovação do acordo e a suspensão da greve, sem abrir mão do estado de greve, representam o caminho mais adequado no momento atual. Ele reconheceu que a contraproposta da Petrobras trouxe avanços significativos, destacando que a greve serviu como um potente mecanismo de mobilização e organização, resultando em conquistas importantes nas negociações, como melhorias em cláusulas referentes à jornada de trabalho e garantias para os trabalhadores grevistas.

Entre os principais resultados estão a neutralização de dias de greve, a consideração do dia de desembarque como hora extra e a criação do Auxílio Mercado, além de melhorias no Auxílio Deslocamento. Apesar de existirem ainda pontos pendentes, Borges enfatizou que a categoria saiu fortalecida da mobilização.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, ressaltou que a vitória mais significativa dessa greve foi a quebra da blindagem em torno da gestão da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que estava em sintonia com o governo federal. Para Bacelar, as conquistas foram resultado direto da capacidade de mobilização e negociação da FUP, que garantiu melhorias em três áreas centrais da pauta de reivindicações.

Ele também advertiu que a luta continua, uma vez que novas negociações estão previstas para 2026, abrangendo temas fundamentais como Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e questões relacionadas aos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) que impactam negativamente os trabalhadores.

Em relação à situação das negociações, a Petrobras informou que 12 sindicatos já ratificaram a proposta, encerrando o movimento grevista em muitas das bases. Para aquelas que ainda não chegaram a um acordo, a empresa entrou com um dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) como forma de mediar a situação. O tribunal já estabeleceu que 80% do quadro de trabalhadores deve permanecer em atividade durante as negociações e proibiu bloqueios de acesso em áreas operacionais.

A Petrobras garantiu que as paralisações não afetaram a produção e que o abastecimento do mercado continua normal, com a mobilização de equipes de contingência em locais necessários. As deliberações em outras bases sindicais seguem em andamento e devem ser acompanhadas atentamente.

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