ECONOMIA – Petroleiros divididos: FUP pede fim da greve enquanto FNP insiste na paralisação após avanços nas negociações com a Petrobras.

A prolongada greve dos petroleiros da Petrobras, que completou nove dias nesta terça-feira (23), tem gerado divisões significativas entre as principais federações que representam os trabalhadores. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) apresentam visões diametralmente opostas sobre a continuidade da paralisação.

A FUP, que abrange cerca de 105,4 mil trabalhadores, anunciou que decidiu suspender a greve após a aprovação de uma contraproposta apresentada pela Petrobras. Em uma comunicação oficial, a entidade destacou que as principais reivindicações foram atendidas, incluindo a garantia de que não haverá punições aos grevistas e a concessão de um abono de 50% dos dias paralisados. Além disso, a FUP mencionou avanços no Acordo Coletivo de Trabalho, que envolvendo melhorias nos vales alimentação e refeição, a criação de um auxílio alimentação mensal e a redução dos custos de transporte para os trabalhadores.

Ainda assim, a paralisação continua em algumas unidades até a finalização das assembleias, que estão em andamento conforme o cronograma de cada sindicato. Na refinaria Henrique Lage (Revap), localizada em São José dos Campos, os trabalhadores optaram pela suspensão do movimento, com 89% dos votos a favor da decisão.

Por outro lado, a FNP, que representa cerca de 26 mil funcionários, rechaçou as concessões da Petrobras como insuficientes e decidiu pela continuidade da greve. O secretário-geral da FNP, Eduardo Henrique Soares da Costa, anunciou que uma nova assembleia será realizada após o dia 26, reforçando a força da greve e ressaltando a soberania das assembleias entre os grevistas sobre as decisões dos sindicatos.

Os petroleiros demandam melhorias significativas, incluindo ajustes no plano de cargos e salários, soluções para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) do fundo de pensão da categoria e a defesa de um modelo de negócios que mantenha a Petrobras como uma empresa pública, robustecendo a estatal.

Em sua comunicação, a Petrobras assegurou que os ajustes feitos visam contemplar as demandas dos trabalhadores e reafirmou seu compromisso em dialogar com as entidades sindicais. A empresa também declarou que a greve não afetou a produção e que o abastecimento permanece garantido, evidenciando que equipes de contingência foram mobilizadas para qualquer necessidade. Com a situação ainda em evolução, o desenrolar do conflito pode ter consequências significativas tanto para a companhia quanto para os trabalhadores envolvidos.

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