ECONOMIA – Petrobras registra lucro de R$ 35 bilhões no primeiro trimestre, e presidente destaca potencial de produção no pré-sal e necessidade de investimentos em energia limpa.

Na última terça-feira, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou que a estatal está comprometida em oferecer resultados significativos e robustos para a sociedade brasileira. A declaração ocorreu durante a apresentação dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025, que indicaram um lucro líquido de R$ 35 bilhões (cerca de US$ 6 bilhões). Este desempenho financeiro, segundo Chambriard, foi impulsionado por uma valorização cambial, que, sem essa influência, teria gerado um lucro de aproximadamente US$ 4 bilhões.

Chambriard destacou que o resultado do trimestre superou as expectativas, mesmo diante de um cenário em que os preços do petróleo estavam em níveis inferiores aos do ano anterior. Essa performance, segundo a presidente, é uma evidente demonstração da capacidade técnica da Petrobras em operar em um ambiente desafiador.

Outro ponto que chamou a atenção foi a previsão de aumento significativo na produção do campo de pré-sal de Búzios, que pode atingir a marca de 2 milhões de barris por dia, posicionando a unidade em um patamar superior a muitos países produtores. Neste contexto, a Petrobras continua a ser um elemento crucial na matriz energética brasileira, gerando 31% da energia primária consumida no país.

Os investimentos da companhia também foram abordados por Chambriard, com a cifra alcançando R$ 23,7 bilhões (cerca de US$ 4,1 bilhões) focados em projetos de pré-sal, especialmente nas áreas de Búzios e Atapu, que estão localizadas na Bacia de Santos, na costa do Rio de Janeiro. O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 11,72 bilhões em dividendos, como uma antecipação da remuneração aos acionistas referente ao exercício de 2025.

Entretanto, a reação a essas cifras não foi unânime. Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), expressou preocupação em relação aos investimentos em soluções de baixo carbono, ressaltando que houve uma queda de 48,9% nas alocações para gás e energia sustentável ao longo do último ano. Bacelar instou a empresa a formular uma política de distribuição de dividendos que não comprometa os investimentos em longo prazo necessários para uma transição energética eficaz. Ele destacou que, enquanto a eficiência operacional e a geração de valor são essenciais, a manutenção da distribuição de altos dividendos pode representar riscos significativos diante da volatilidade do cenário geopolítico global e da necessidade de inovação tecnológica.

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