Essa importação, considerada um teste comercial e operacional, resultou em um volume de 100 mil metros cúbicos, um número que representa menos de 5% da produção total que a estatal oferece ao mercado brasileiro. O acordo que possibilitou esta importação envolve a Petrobras Operaciones S.A., a subsidiária da Petrobras na Argentina, e a Gas Bridge Comercializadora, pertencente à multinacional Pluspetrol.
Importante ressaltar que a Petrobras Operaciones possui uma participação não-operada de 33,6% no campo de Rio Neuquén, situado entre as províncias de Neuquén e Rio Negro. De acordo com o contrato assinado, a empresa tem a permissão para importar até 2 milhões de metros cúbicos de gás na modalidade interruptível, o que abre caminho para futuras operações conforme oportunidades comerciais surgirem.
A diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano, destacou a importância dessa operação, classificando-a como um “marco relevante” para a interligação das infraestruturas entre Brasil e Argentina. Laureano enfatizou que essa nova abordagem logística e comercial representa uma nova era para as importações de gás natural no Brasil, reforçando o compromisso da empresa com o aumento da oferta do combustível e o desenvolvimento sustentável do mercado.
A realização desse teste vem em um momento em que o setor industrial brasileiro clama por uma redução nos custos do gás natural, cujos preços são alarmantemente altos, chegando a ser dez vezes mais elevados que os praticados nos Estados Unidos. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já havia manifestado a vontade da companhia em aumentar a produção de gás do pré-sal para auxiliar na diminuição dos preços para a indústria.
Adicionalmente, a Petrobras anunciou o início de um projeto significativo com a contratação de uma empresa para a construção da plataforma P-91, que será a 12ª unidade dedicada ao campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. Este investimento visa não apenas ampliar a capacidade de produção, mas também posicionar Búzios como o maior campo da Petrobras, além de fortalecer o suprimento de gás natural no Brasil. A P-91 funcionará como um hub, permitindo a recepção e escoamento do gás produzido em outras plataformas, agregando valor ao Complexo de Energias Boaventura, localizado em Itaboraí, Rio de Janeiro.