A decisão pela saída de Tolmasquim foi tomada após negociações com o conselho de administração da Petrobras. Há aproximadamente dois meses, ele havia informado a companhia sobre sua indicação para uma vaga no conselho da Eletrobras, após uma eleição programada para o final de abril. Na ocasião, a Petrobras declarou que analisaria a possibilidade de conflito de interesses entre as duas estatais, considerando que ambas operam no mesmo setor de energia.
Enquanto a Petrobras busca um substituto definitivo para o cargo, William França, que é o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos, assumirá temporariamente a liderança da diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade.
Mauricio Tolmasquim, um nome respeitado no campo da energia e da transição energética, ocupou um papel relevante na Petrobras desde sua chegada à companhia em 2023. Antes de sua passagem pela estatal, ele foi presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, o que reforça sua credibilidade nos debates sobre sustentabilidade e energia.
Uma das últimas contribuições de Tolmasquim à Petrobras foi a elaboração da versão atualizada do Caderno de Mudança do Clima, que foi divulgada na mesma data em que foi anunciada sua saída. Este documento apresenta dados sobre a pegada de carbono da empresa e destaca iniciativas para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) ao longo dos processos de exploração, produção e comercialização de combustíveis, além de buscar alternativas mais sustentáveis.
Tolmasquim forneceu informações relevantes em uma entrevista, revelando que as emissões absolutas de GEE oriundas das operações da Petrobras foram de 47 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂), um número que permanece em linha com os registros de anos anteriores e representa uma redução significativa de 40% em comparação a 2015.
Em sua declaração, ele ressaltou que as mudanças na liderança não afetarão os planos de descarbonização da empresa. “Todas as ações estão institucionalizadas, então, independentemente de qualquer pessoa que esteja aqui, elas vão adiante, isso eu tenho certeza”, afirmou, enfatizando a continuidade das políticas estabelecidas. O futuro da transição energética na Petrobras parece assim garantido, apesar das mudanças à vista.