ECONOMIA –

“Open Finance Revoluciona Pagamentos: Como Pix por Aproximação Transformou Interações Financeiras e Enfrenta Desafios na Adoção Empresarial”

Avanços e Desafios no Open Finance: Transformando Pagamentos no Brasil

Nos últimos meses, a adoção de novas tecnologias de pagamento tem transformado a maneira como brasileiros realizam transações financeiras. Um exemplo emblemático é o Pix por aproximação, lançado em fevereiro deste ano. Com essa funcionalidade, é possível efetuar o pagamento de um café, por exemplo, simplesmente aproximando o celular da maquininha, sem a necessidade de abrir o aplicativo do banco. Essa inovação, que inicialmente pode parecer simples, demandou um complexo desenvolvimento para garantir a troca segura de informações entre comerciantes, instituições bancárias e as administradoras das máquinas de pagamento.

O que está por trás de todo esse avanço é o conceito de open finance, que completou cinco anos recentemente. Essa iniciativa propõe a abertura do sistema financeiro, permitindo que usuários autorizem o compartilhamento de seus dados financeiros entre diferentes instituições. Essa troca de informações é regulada pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), assegurando que os dados estejam protegidos e que os usuários possam revogar seu consentimento a qualquer momento. O open finance se tornou vital para inovações como o Pix automático, que substitui o tradicional boleto bancário, facilitando cobranças periódicas após uma única autorização do usuário.

Além disso, a funcionalidade de consultar saldos de contas em diferentes instituições em uma única tela e a oferta de crédito com juros reduzidos se tornaram mais viáveis. Estima-se que o open finance aumente em até 30% a taxa de aprovação de empréstimos para bons pagadores. Desde abril de 2023, esse sistema também abrange dados sobre investimentos, câmbio, seguros e previdência privada.

Entretanto, o sonho de um sistema financeiro totalmente integrado enfrenta desafios significativos. Segundo a Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento, a taxa de erro nas operações via open finance ainda varia de 50% a 60%, muito abaixo da meta de 99,5% alcançada pelos cartões de crédito e débito. Esse gargalo prejudica a experiência do usuário, mas, paradoxalmente, a segurança desse novo sistema é considerada superior à dos pagamentos tradicionais, com casos de fraude raros e facilmente identificáveis.

A adesão das empresas ao open finance também está distante do ideal. Com 403 mil consentimentos registrados entre empresas receptoras e apenas 406 mil como transmissoras, a diferença em comparação ao número de consentimentos de pessoas físicas é alarmante. Os obstáculos apontados variam desde questões burocráticas até a tecnologia incompatível com os sistemas contábeis que muitas empresas utilizam.

No horizonte, a implementação da portabilidade de crédito, planejada para fevereiro de 2026 pelo Banco Central, promete elevar ainda mais a competitividade no setor. Essa funcionalidade permitirá que correntistas transferem operações de crédito entre instituições com o auxílio do open finance, facilitando o acesso e alternativas para consumidores e empresas.

Apesar dos obstáculos, a expectativa é de que o open finance transforme não apenas a experiência do consumidor, mas também forneça às pequenas e médias empresas um poderoso instrumento de negociação no mercado financeiro. Com um futuro promissor e mais inovações à vista, as transações financeiras no Brasil estão passando por uma verdadeira revolução.

Sair da versão mobile