ECONOMIA – O Brasil sugere assegurar exportações para a Argentina em moeda chinesa, visando fortalecer a relação comercial entre os países.



A Argentina poderá pagar pela compra de produtos do Brasil em yuan, a moeda chinesa, devido à escassez de dólares e à crise econômica severa que o país enfrenta. A proposta foi feita pelo governo brasileiro durante a reunião de cúpula do Brics e aguarda resposta por parte dos argentinos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que já foi encaminhada ao governo argentino uma proposta de garantia em yuan das exportações brasileiras. Essa garantia consistiria em converter a moeda chinesa em reais por meio da filial do Banco do Brasil em Londres, antes de remeter os valores aos exportadores brasileiros. Inicialmente, a operação estaria limitada entre US$ 100 milhões e US$ 140 milhões, como um teste.

Haddad explicou que essa medida aumentaria a segurança dos exportadores brasileiros, que estão preocupados com a possibilidade de calote por parte das empresas argentinas. O Tesouro Nacional e o Banco do Brasil concordaram com o mecanismo proposto. Além disso, o ministro ressaltou que o câmbio do yuan para o real tranquilizaria o Tesouro Nacional, já que não haveria risco de calote.

O comércio entre Brasil e Argentina, atualmente, é feito em dólares. No entanto, em janeiro, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, da Argentina, discutiram a possibilidade de criação de uma moeda comum para intermediar as trocas comerciais entre os países.

Outra frente de negociação envolve a inclusão da Argentina como sócio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics. Atualmente, o Uruguai está em negociações para se tornar membro da instituição financeira que financia projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento.

Vale ressaltar que não é necessário ser membro do Brics para fazer parte do NDB, que conta, além dos cinco países do bloco, com a participação de Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos.

Essas medidas simbolizam uma busca por alternativas diante da crise econômica argentina e da escassez de dólares, que têm dificultado o comércio com o Brasil. Resta aguardar a resposta dos argentinos para saber se a proposta será aceita e se essa nova forma de pagamento será implementada.

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