ECONOMIA – Número de inadimplentes no país aumenta em janeiro, atingindo 72,07 milhões de pessoas, revela pesquisa da Serasa.

No mês de janeiro deste ano, o Brasil testemunhou um aumento alarmante no número de consumidores inadimplentes, após dois meses seguidos de redução. Um levantamento realizado pela Serasa apontou que o número de pessoas com contas atrasadas passou de 70,09 milhões para 72,07 milhões em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados revelam que os principais motivos para a inadimplência em 2022 e 2023 foram o desemprego e a queda na renda. O desemprego foi apontado por 29% dos devedores em 2022 e por 22% em 2023, enquanto a redução na renda foi citada por 12% e 20% dos inadimplentes, respectivamente.

O cartão de crédito permanece como a principal fonte de dívida para os brasileiros inadimplentes, representando 55% das dívidas no ano passado. Sete em cada dez brasileiros costumam parcelar suas compras, principalmente por não ter o valor total para pagamento à vista.

A pesquisa também identificou que apenas 11% das mulheres das classes C, D e E, e 16% das mulheres das classes A e B estão satisfeitas com suas finanças pessoais. Com relação aos homens e mulheres, 12% das faixas C, D e E, e 17% das faixas A e B afirmaram estar contentes com sua situação financeira.

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, ressaltou a importância de medidas abrangentes para combater a inadimplência, como o combate ao desemprego e à informalidade, educação financeira, microcrédito e proteção do consumidor.

Meirelles destacou a necessidade de políticas públicas que fomentem o emprego e a formalização do mercado de trabalho, além de programas de educação financeira para conscientizar a população sobre o uso responsável do crédito.

Atualmente, o Brasil enfrenta um cenário em que a educação financeira se torna crucial para reduzir a inadimplência no longo prazo. No entanto, Meirelles enfatizou que é fundamental considerar a questão da baixa renda da população brasileira como um fator relevante para o endividamento, juntamente com as altas taxas de juros.

Além disso, medidas como ampliação do acesso ao microcrédito e estímulo ao crédito responsável, com taxas de juros justas, podem contribuir para a inclusão financeira e recuperação de crédito. Reforçar os mecanismos de proteção do consumidor contra práticas abusivas de crédito e cobrança também é fundamental para evitar o endividamento excessivo.

Por fim, o Ministério da Fazenda lançou o Programa Desenrola Brasil, que visa auxiliar na renegociação de dívidas de mais de 12 milhões de pessoas. Mais de 700 empresas participam do mutirão de negociação, oferecendo descontos de até 96% e condições especiais de pagamento para os consumidores inadimplentes.

Em resumo, o aumento na inadimplência reflete a fragilidade econômica e social enfrentada pela população brasileira, evidenciando a necessidade de políticas eficazes para promover a educação financeira, o emprego digno e a proteção do consumidor..medidas como ampliar o acesso ao microcrédito e fomentar o crédito responsável, com taxas de juros justas e acompanhamento dos devedores, podem auxiliar na inclusão financeira e na recuperação de crédito. “Fortalecer os mecanismos de proteção do consumidor contra práticas abusivas de crédito e cobrança é fundamental para evitar o endividamento excessivo e garantir os direitos dos consumidores”, acrescentou.

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