Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas estão dispensadas do pagamento do tributo, de acordo com dados fornecidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) à Agência Brasil. Com a proposta de aumentar a faixa de isenção de R$ 2.824 para R$ 5 mil, a previsão é de que mais 10 milhões de trabalhadores sejam beneficiados.
Essa medida terá um impacto significativo não apenas para os trabalhadores de menor rendimento, mas também atingirá assalariados da classe média em outras faixas de renda. A supervisora técnica do Dieese no Distrito Federal, Mariel Angeli Lopes, calcula que cerca de 16 milhões de pessoas com renda mensal entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil serão beneficiadas com a redução das tarifas.
Essa mudança na tributação também deve impulsionar o crescimento econômico do país. A Unafisco, Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, estima que aproximadamente 30,6 milhões de contribuintes deixarão de pagar o IRPF se a tabela de tributação for atualizada conforme a correção integral da inflação.
No entanto, alguns especialistas levantam preocupações em relação aos possíveis efeitos negativos dessa medida. O economista João Leme, da Tendências Consultoria, alerta para a possibilidade de pressão inflacionária e um impacto significativo nas contas públicas, que pode chegar a R$ 45 bilhões. Enquanto o governo argumenta que a compensação virá da ampliação da contribuição para aqueles que ganham acima de R$ 50 mil mensais.
É evidente que a isenção do IRPF terá um efeito distributivo na economia, beneficiando principalmente os trabalhadores de menor renda. No entanto, é importante que essa medida seja combinada com um aumento na tributação sobre os mais ricos, a fim de garantir uma redução da desigualdade social no país. A expectativa é de que, com essa mudança, a economia possa ser dinamizada e o bem-estar social da população brasileira seja ampliado.