ECONOMIA – Negociação para transferência do controle da Braskem avança entre bancos e Novonor – com Jornal Rede Repórter

As negociações para a transferência do controle da Braskem avançaram de forma significativa. A Novonor, antiga Odebrecht, e os bancos credores da companhia chegaram a um entendimento sobre os principais pontos do acordo que deve colocar a gestora IG4 Capital à frente da petroquímica. A formalização do texto final é esperada para a próxima semana, segundo informações apuradas pela Coluna do Broadcast.

Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES contrataram a IG4 para administrar as ações que compõem o bloco de controle, atualmente dadas como garantia de empréstimos da Novonor. A Petrobras permanecerá como acionista relevante e corresponsável pela gestão.

Pelo que já foi definido, a Novonor continuará com cerca de 4% do capital total da Braskem após a operação. Questões jurídicas relacionadas à transferência das ações seguem em discussão, mas as bases do acordo estão consolidadas.

Dívidas e incertezas aceleraram mudanças

As ações da Braskem garantem dívidas que somam aproximadamente R$ 19 bilhões, acumuladas desde antes da recuperação judicial da Novonor, em 2020. Depois de cinco anos de tentativas frustradas de venda da fatia societária, os bancos decidiram assumir o processo de forma direta e já indicavam a possibilidade de executar a garantia caso não houvesse acordo amigável.

O impasse prolongado impactou a própria Braskem, que reduziu investimentos e enfrentou maior alavancagem financeira. A situação se agravou com o cenário internacional adverso para o setor petroquímico e com a incerteza gerada pelo afundamento do solo em Maceió, ligado às operações de sal-gema da empresa. Um acordo firmado com o Estado de Alagoas nesta semana, estabelecendo cronograma de pagamento mais extenso, trouxe previsibilidade e facilitou as negociações.

Consultorias seguem no processo

Em setembro, a Braskem contratou o banco Lazard e dois escritórios internacionais — E.Munhoz e Cleary Gottlieb — para avaliar alternativas. A dívida líquida ajustada da companhia alcançou US$ 6,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, com alavancagem de 10,59 vezes o Ebitda recorrente.

A empresa também acessou recentemente uma linha de crédito rotativo de US$ 1 bilhão, válida por um ano. Segundo fontes, os consultores permanecerão atuando ao lado da IG4 no processo de reestruturação.

Novonor e os bancos credores foram procurados, mas não comentaram o andamento das negociações.

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