Embora o crescimento seja significativo, a expectativa é que o varejo não consiga atingir os mesmos patamares pré-pandemia. Em 2019, por exemplo, a movimentação no Natal foi de R$ 73,74 bilhões, um valor superior ao estimado para este ano.
De acordo com as estimativas da CNC, os super e hipermercados deverão ser os grandes protagonistas desse movimento financeiro, representando 45% (R$ 31,37 bilhões) do total. Em seguida, as lojas especializadas em vestuário, calçados e acessórios aparecem com 28,8% (R$ 20,07 bilhões) e os estabelecimentos voltados para artigos de uso pessoal e doméstico com 11,7% (R$ 8,16 bilhões).
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que o aumento nas vendas neste fim de ano é impulsionado pela dinâmica de consumo, mas alertou para as condições menos favoráveis devido ao aperto monetário implementado pelo Banco Central. Essa conjuntura explica o crescimento mais moderado em comparação com o ano anterior.
No que diz respeito à contratação de temporários para atender à demanda do Natal, a CNC estima a abertura de 98,1 mil vagas, um número inferior às contratações do ano anterior. Isso se deve ao crescimento do quadro de funcionários das empresas ao longo do ano, o que torna o setor menos dependente do trabalho temporário.
Para o futuro, a expectativa é que aproximadamente 8 mil desses temporários sejam efetivados até 2025, de acordo com o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes. No entanto, a desvalorização cambial pode impactar os preços dos produtos natalinos, com um aumento médio de 5,8%, influenciando principalmente nos valores de livros, produtos para a pele e alimentos.
Na análise por estados, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul devem concentrar mais da metade da movimentação financeira prevista pela CNC. Paraná e Bahia se destacam com projeções de avanço nas vendas, apresentando aumentos no faturamento. Esses dados refletem as expectativas e desafios que o setor varejista enfrenta no período natalino.