O ministro salientou que a isenção em questão, que beneficiava investimentos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito ao Agronegócio (LCA) e fundos imobiliários, será descontinuada a partir de 2026, com esses títulos passando a pagar uma alíquota de 5% de Imposto de Renda. Segundo Haddad, mesmo com essa alteração, a maior parte dos benefícios fiscais atuais não chega efetivamente aos produtores, já que cerca de 60% a 70% dos incentivos ficam retidos por intermediários financeiros ou detentores dos títulos.
Ele também desmistificou a ideia de que a correção nas isenções representa um aumento de impostos, afirmando que se trata, na verdade, de uma tentativa de retomar a justiça fiscal, citando que a renúncia fiscal atualmente alcança R$ 41 bilhões, valor comparável ao financiamento total do seguro-desemprego e a três programas do Farmácia Popular. Haddad enfatizou que é necessário rever tais distorções para garantir um ambiente financeiro mais equitativo e eficiente.
Em relação ao agronegócio, o ministro garantiu que o setor não sairá prejudicado. Ele destacou que o governo já implementou renúncias fiscais de R$ 158 bilhões e que o Plano Safra em curso é o mais robusto da história do Brasil, o que demonstra o suporte contínuo do governo à agricultura.
Haddad ressaltou ainda que as medidas tomadas para lidar com a alta do IOF afetarão principalmente as camadas mais ricas da população, afirmando que apenas 0,8% da população será impactada por essas mudanças. Isso, segundo ele, permitirá um crescimento econômico mais sólido e uma maior equidade social ao longo do tempo.
Por fim, o ministro reforçou a importância do diálogo com o Congresso para a implementação das reformas tributárias e a necessidade de garantir a saúde fiscal do país, enfatizando que, apesar das dificuldades e a revisão de renúncias fiscais, as receitas federais se mantêm estáveis. Ele acredita que, ao alinhar receitas e despesas, o governo pode finalmente alcançar um superávit primário consistente, objetivo que não se via há muitos anos.