Este projeto de grande envergadura representa um investimento aproximado de R$ 6,8 bilhões, dos quais até R$ 5,14 bilhões virão de recursos públicos, divididos igualmente entre os governos estadual e federal. A concessionária vencedora será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel por um período de 30 anos, o que promete transformar significativamente a dinâmica de transporte naquela região.
Contudo, enquanto o leilão ocorria, um grupo de cidadãos manifestou-se em frente à B3, expressando preocupações sobre as possíveis desapropriações que o projeto pode gerar. De acordo com José Santaella, da Associação Comunitária do Macuco, cerca de 200 famílias poderão ser diretamente impactadas, e muitos moradores ainda não foram informados sobre as consequências de sua construção. Ele ressaltou a necessidade de um processo de desapropriação justo para assegurar os direitos dessas famílias, que já estão consolidadas no local.
Em relação a possíveis questionamentos sobre o leilão, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, rejeitou um pedido do Ministério Público que pedia a suspensão do certame. O MP questionava se as regras do leilão favoreciam grupos estrangeiros em detrimento de empresas brasileiras, mas Dantas considerou que não havia provas concretas para justificar essas preocupações.
O tunnel Santos-Guarujá, o primeiro desse tipo no Brasil, terá 1,5 km de extensão, dos quais 870 metros serão imersos, e contará com obras que prometem melhorar a infraestrutura de transporte da região. A espera por uma travessia rápida acaba com as atuais limitações que, dependendo das condições, podem levar até 60 minutos. Assim, a nova infraestrutura promete descentralizar o tráfego e impactar positivamente o turismo e a economia local, ao mesmo tempo que oferece uma alternativa sustentável para os deslocamentos. Com essa obra, o tempo de travessia pode ser reduzido para cerca de cinco minutos, representando um avanço significativo na mobilidade urbana entre as duas cidades.