Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, enfatizou a importância do diálogo e da negociação para enfrentar os desafios diante das novas tarifas, que o presidente americano pretende implementar. Ele destacou que a divisão entre os poderes Executivo e Judiciário é essencial para o funcionamento do Estado, afirmando que as decisões do Judiciário devem ser respeitadas pelo Executivo. “A decisão de Moraes não deve afetar as relações comerciais, pois os poderes são independentes. Não existe conexão entre questões políticas ou jurídicas e a tarifação”, disse Alckmin.
Na mesma semana em que Moraes tomou essa decisão, o ex-presidente Bolsonaro teve suas atividades restritas, incluindo um toque de recolher imposto de 19h às 6h durante a semana e a proibição de acesso a redes sociais e embaixadas. Qualquer descumprimento dessas obrigações pode resultar em sua prisão.
Sobre a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) em resposta ao tarifaço, o vice-presidente reiterou que essa seria uma medida a ser considerada apenas após a implementação concreta das tarifas, que Trump ameaça elevar para 50% a partir do próximo mês. O governo brasileiro, segundo Alckmin, está priorizando as negociações antes de considerar quaisquer ações legais.
O ministro também mencionou reuniões que coordenou com empresários de diferentes setores, onde se reforçou a necessidade de uma abordagem dialogada. Para ele, o objetivo é descobrir formas de transformar essa situação complicada em uma oportunidade de ganho mútuo, onde tanto o Brasil quanto os Estados Unidos possam se beneficiar do comércio ampliado. Alckmin sublinhou que a união do setor privado e a defesa da soberania brasileira são cruciais nesse processo, pois o aumento das tarifas não atende os interesses de nenhuma das nações envolvidas.
“É fundamental que haja um esforço conjunto para suspender esse aumento de alíquotas, pois isso leva a um cenário de perdas para ambos os países”, concluiu Alckmin, reafirmando sua confiança na capacidade do Brasil de negociar de forma eficaz frente a adversidades comerciais.