ECONOMIA – Ministro Luiz Marinho destaca a importância do fortalecimento sindical e propõe o debate sobre a jornada laboral durante a II Conferência Nacional do Trabalho em São Paulo.

Na última quinta-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, inaugurou a Etapa São Paulo da II Conferência Nacional do Trabalho (II CNT), que ocorreu na capital paulista. Durante sua fala, o ministro abordou temas cruciais para o futuro das relações de trabalho no Brasil, incluindo a necessidade de discutir o financiamento dos sindicatos e a controversa escala de trabalho de seis dias seguidos com um dia de folga.

Marinho enfatizou a importância de que as deliberações geradas na conferência sejam construtivas e que, através do diálogo, se possa enfrentar problemas atuais, como o fim da escala 6 por 1. “É essencial que o parlamento considere as legislações, mas também mantenha uma mesa aberta para negociação. Afinal, tanto os sindicatos quanto os trabalhadores e empregadores precisam colaborar para construir uma relação mais equilibrada no cotidiano”, afirmou ele.

Atualmente, tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa abolir essa rotina de trabalho. No entanto, o ministro também defendeu a urgência de garantir condições financeiras adequadas para que os sindicatos possam desempenhar seu papel na defesa dos direitos dos trabalhadores. “A bancada empresarial deve contribuir no debate parlamentar para assegurar que os sindicatos tenham os recursos necessários para representar adequadamente seus filiados”, recomendou.

Além disso, Marinho alertou sobre a rápida transformação do mercado de trabalho impulsionada pela inteligência artificial, destacando a necessidade de capacitar os trabalhadores para enfrentar os novos desafios. O evento, que ocorreu na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, reuniu representantes de diversas esferas, com o objetivo de discutir desafios e prioridades do mundo laboral. As propostas aprovadas serão levadas à conferência nacional, programada para março de 2026.

Outro ponto abordado foi a realidade do mercado de trabalho em São Paulo. O recente Diagnóstico do Trabalho Decente revelou que, embora a formalização atinja 70,8%, o número de trabalhadores informais ainda é alarmante, somando 7,1 milhões. A taxa de desocupação é de 5,1%, com índices ainda mais elevados entre jovens. O ministro ressaltou a persistência das desigualdades salariais e de oportunidades, especialmente com relação às mulheres e à população negra.

Marinho enfatizou a urgência de se promover a igualdade de oportunidades, inclusive nas lideranças empresariais, onde a presença feminina ainda é insuficiente. “Precisamos mais de mulheres em posições de destaque”, defendeu. Ele também levantou a questão da violência contra a mulher, destacando a importância de criar um ambiente de diálogo para conscientizar a sociedade sobre essa problemática.

Essas discussões são fundamentais não apenas para a construção de um mercado de trabalho mais justo, mas também para promover uma cultura de respeito e equidade nas relações interpessoais.

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