Em uma postagem em suas redes sociais, o ministro afirmou que, apesar de intensas negociações, o lobby em favor dos privilegiados prevaleceu. Para ele, a decisão de retirar a proposta não foi um erro, mas uma ação intencional que visa retirar direitos dos menos favorecidos. Ele defendeu que a medida, que pretendia aumentar a tributação sobre determinados investimentos e eliminar isenções, tinha como foco a tributação dos mais ricos e das empresas de apostas eletrônicas, conhecidas como “bets”. Estima-se que a arrecadação desse imposto poderia gerar cerca de R$ 17 bilhões em 2026, recursos que seriam crucialmente aplicados em áreas como saúde, educação e previdência social.
Haddad ressaltou que a proposta buscava garantir que os bilionários e instituições financeiras contribuíssem de forma mais justa, ao mesmo tempo que almejava proteger os direitos da população de baixa renda. Segundo ele, essa arrecadação ajudaria a equilibrar as contas públicas e ainda subsidiaria a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais.
O ministro chamou a atenção para o fato de que a sociedade está cada vez mais atenta ao que ocorre no cenário político. Ele afirmou que as pessoas estão cientes do que está em jogo e da necessidade de respeitar o resultado das urnas, que, segundo ele, demandam a inclusão dos pobres no orçamento e uma tributação justa dos ricos.
Além disso, Haddad informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve discutir, na próxima semana, novas alternativas para recompor um déficit estimado de R$ 35 bilhões nos cofres públicos, sendo R$ 17 bilhões para 2026 e R$ 18 bilhões para 2027. Nesse contexto, ele não descartou a possibilidade de utilizar cortes de despesas, conforme um pacote aprovado anteriormente, visando reduzir emendas parlamentares.
Por fim, o impacto da derrubada da medida provisória em 2025 é considerado mínimo, embora a proposta inicial indicasse uma previsão de arrecadação de R$ 10,5 bilhões para o presente ano. A situação se revela complexa e deverá ser acompanhada de perto nas próximas semanas, à medida que novas decisões se desenrolam no âmbito do governo e do Congresso Nacional.