ECONOMIA – Ministro da Fazenda destaca que Brasil mantém inflação dentro da normalidade para o Plano Real, mesmo com previsão de estouro da meta.

O atual nível de inflação do Brasil foi tema de discussão nesta segunda-feira (17) durante a conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Arábia Saudita. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o país está em um momento de equilíbrio e sustentabilidade, mesmo em meio a um importante ajuste. Segundo ele, o Brasil conseguiu deixar para trás o período em que a inflação atingia dois dígitos e agora mantém uma taxa de 4% a 5%, considerada relativamente normal para os padrões brasileiros desde a implementação do Plano Real, há 26 anos.

Apesar do índice estar em um dígito, a inflação ultrapassou o teto da meta em 2024 e também deve fazê-lo neste ano, de acordo com projeções do mercado financeiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 5,6%, acima do teto estipulado em 4,5%. No ano passado, a inflação ficou em 4,83%, também acima do limite estabelecido.

O ministro Haddad atribuiu o aumento da inflação na última metade de 2024 ao fortalecimento do dólar, que teve repercussões em todo o mundo devido às eleições presidenciais nos Estados Unidos. Ele destacou que, com a recente valorização do real, os preços devem se estabilizar, apontando que o dólar teve uma queda de 10% nos últimos 60 dias.

Em relação à taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, a expectativa é de que o Copom aumente para 14,25% na reunião de março. O ministro ressaltou ainda a importância da reforma tributária sobre o consumo, que foi regulamentada no final do ano passado e tende a gerar crescimento econômico nos próximos anos.

Durante o encontro do FMI, Kristalina Georgieva, diretora-gerente da instituição, enfatizou a necessidade de as economias emergentes se adaptarem a choques globais, como a pandemia de Covid-19 e as mudanças climáticas. Ela destacou a importância da resiliência para lidar com os desafios externos e geopolíticos.

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