ECONOMIA – Ministro da Fazenda defende combate ao crime organizado focando na “asfixia” de fontes de financiamento durante resultados da Operação Fronteira em São Paulo.

Em uma recente entrevista à imprensa em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a urgência de “asfixiar as fontes de financiamento” do crime organizado como uma estratégia vital no combate a esse fenômeno. Durante a apresentação dos resultados finais da Operação Fronteira da Receita Federal, Haddad detalhou a necessidade de ir além das meras operações de segurança em comunidades, ressaltando que a verdadeira luta se dá contra os líderes financeiros que controlam e sustentam o tráfico e outras atividades ilícitas.

“Achei que é fundamental não apenas atacar o chão de fábrica do crime organizado, mas sim chegar aos seus tomadores de decisão”, afirmou Haddad, enfatizando que somente combatendo os “CEOs do crime” será possível efetivamente interromper os ciclos de violência e a circulação de dinheiro ilícito. Ele criticou a visão limitada que se concentra apenas nas prisões em territórios dominados por organizações criminosas, apontando que muitas das cabeças do crime estão em outros locais, inclusive fora do Brasil, onde desfrutam dos recursos obtidos ilegalmente.

Na mesma linha, o ministro fez um apelo ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para que o PL, partido do qual Castro faz parte, avance na aprovação da lei do devedor contumaz. Essa legislação busca endurecer as regras para indivíduos que sistematicamente evitam o pagamento de tributos, um comportamento que, segundo Haddad, muitas vezes está ligado a atividades criminosas. Para ele, esses sonegadores funcionam como peças do grande quebra-cabeça do crime organizado, usando estratégias jurídicas para ocultar seus crimes.

Haddad destacou que, na raiz da criminalidade, há uma interconexão com a sonegação fiscal. Ele descreveu o que chama de “lavagem de dinheiro”, em que recursos ilícitos se misturam a atividades supostamente legítimas, citando casos em postos de gasolina e estabelecimentos que operam em áreas urbanas estratégicas.

Dando continuidade às suas abordagens proativas, o ministro anunciou uma nova instrução normativa da Receita Federal que obriga os fundos de investimento a identificarem os CPFs dos beneficiários. Essa medida visa aumentar a transparência e a capacidade de fiscalização sobre fluxos de dinheiro que possam estar relacionados a práticas ilícitas.

A Operação Fronteira, que se desdobrou em várias regiões do Brasil, exemplifica a integridade da ação do governo. Iniciada há cerca de duas semanas, a operação resultou em 27 prisões e na apreensão de grande quantidade de entorpecentes e produtos contrabandeados, tudo realizado em estreita colaboração com múltiplas agências de segurança e fiscalização. Os resultados demonstram um esforço coordenado para coibir o crime de forma abrangente, utilizando os recursos estatais de maneira integrada e eficaz.

Haddad concluiu lembrando que os esforços no combate ao crime organizado exigem uma abordagem multifacetada, abrangendo desde a linha de frente nas comunidades até o cerne das estruturas financeiras que sustentam essas organizações.

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