Na última terça-feira (11), o governo decidiu anular a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado, após constatar que a maioria das empresas vencedoras não possuía capacidade financeira para cumprir os contratos. Com o anúncio do cancelamento, foi revelado que o novo edital contará com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal, com o intuito de analisar previamente as empresas participantes.
O leilão cancelado também foi marcado por um conflito de interesses que resultou na demissão do secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller. Suspeitas levantadas indicaram que o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, fora indicado diretamente pelo ex-secretário. Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, pertence ao empresário Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas.
O ministro Paulo Teixeira ressaltou a participação do presidente Lula na decisão de anular o leilão e promover um novo processo mais aperfeiçoado. O objetivo da importação de arroz é garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno, que sofreram um aumento significativo após as inundações no Rio Grande do Sul no início do ano, estado responsável por grande parte do arroz consumido no país.