Essa atualização de projeções é realizada trimestralmente pelo ministério e leva em conta diversas variáveis que impactam o comércio exterior. Anteriormente, a previsão apresentada em abril não considerava as políticas tarifárias implementadas pelo governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, nem as reações da China, que estão criando tensões significativas no comércio global.
Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, apontou que o país enfrenta uma leve diminuição nas exportações no primeiro semestre deste ano, grande parte atribuída à queda nos preços das commodities. Ele explicou que, apesar disso, o volume de pedidos ainda está sustentando uma certa estabilidade. “A demanda mundial vem se enfraquecendo, o que tem impactado os preços dos nossos produtos,” chamou a atenção Brandão.
Outro ponto abordado foi o aumento na demanda por importações, impulsionada pelo crescimento da economia brasileira. O país tem optado por adquirir mais bens de capital, máquinas e equipamentos essenciais para a produção. Segundo Brandão, isso explica a expectativa de superávit comercial de US$ 50 bilhões, mesmo com o aumento das importações.
Ao longo do ano, as importações devem crescer de maneira significativa em comparação às exportações. O governo estima que as exportações atinjam US$ 341,9 bilhões, uma alta de apenas 1,5% em relação aos US$ 337 bilhões do ano anterior. Em contrapartida, as importações devem alcançar US$ 291,5 bilhões, apresentando um incremento de 10,9% em relação aos US$ 262,9 bilhões adquiridos em 2024. Esses números revelam uma queda de US$ 11,2 bilhões nas exportações, enquanto as importações foram elevadas em US$ 8,6 bilhões, em relação à projeção anterior.
Essas mudanças no cenário econômico indicam um desafio crescente para o Brasil em sua balança comercial, à medida que o país tenta equilibrar crescimento interno e as liquidações de sua participação no mercado global.