ECONOMIA – Mercado financeiro desaba após STF agir contra Bolsonaro e temores de retaliações de Trump afetam dólar e Ibovespa em forte queda.

Na última sexta-feira, o mercado financeiro brasileiro viveu um dia turbulento, marcado pela intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa decisão gerou apreensão tanto no cenário político quanto no econômico, contribuindo para que a Bolsa de Valores, a B3, encerrasse suas atividades com uma queda significativa.

O índice Ibovespa caiu 1,61%, fechando a 133.382 pontos, o que representa o menor nível desde 23 de abril. Ao longo da semana, o índice acumulou uma desvalorização de 2,06%, arrastando a performance do mês de julho para uma queda total de 3,94%. Apesar do desempenho negativo no mês, é importante destacar que, em 2025, o Ibovespa ainda registra um avanço de 10,89%, refletindo certa resiliência diante das incertezas fiscais e políticas.

Enquanto isso, o mercado de câmbio também experimentou oscilações intensas. O dólar comercial terminou o dia cotado a R$ 5,587, o que demonstra uma alta de R$ 0,041, ou 0,73%, em relação ao fechamento anterior. Durante a manhã, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 5,52, mas, à medida que as negociações avançaram, a cotação se elevou, chegando a picos de R$ 5,59. Esse aumento fez com que o dólar atingisse seu maior valor desde o início de junho, refletindo as inquietações em relação à política externa dos Estados Unidos.

Esses movimentos nos mercados estão diretamente ligados ao clima de incertezas trazido pela administração do presidente Donald Trump, que recentemente ameaçou aumentar tarifas sobre exportações brasileiras. Trump acusou o Brasil de práticas comerciais desleais, além de manifestar apoio ao ex-presidente Bolsonaro, aludindo a um “tratamento injusto” que ele estaria recebendo sob a atual administração.

Com uma postura crítica em relação ao bloco dos BRICS e constantes menções a tarifas adicionais, Trump dimensiona um cenário que gera preocupações sobre o futuro das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Assim, o mercado financeiro reagiu com cautela, de olho nas decisões que podem impactar a economia brasileira nos próximos meses e na influência que tais fatores exercerão sobre o desenvolvimento econômico nacional.

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