Lula expressou sua preocupação em atender as demandas habitacionais da classe média, que historicamente ficou fora do escopo de programas direcionados, como o Minha Casa, Minha Vida. Durante sua fala, comentou que profissionais de diversas áreas, como metalúrgicos, bancários e professores, frequentemente se veem excluídos das opções de financiamento disponíveis, uma vez que não se encaixam nas regras atuais. “Esse programa foi idealizado para oferecer àqueles que ainda não têm acesso, a possibilidade de conquistar uma residência mais adequada”, declarou o presidente.
Um dos principais aspectos do novo modelo é a eliminação dos depósitos compulsórios impostos ao Banco Central, que atualmente destina parte significativa dos recursos da caderneta de poupança a esse setor. Com essa mudança, a expectativa é que o valor máximo dos imóveis financiados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) aumente, passando de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, permitindo maior flexibilidade e capacidade de compra para a classe média.
Além disso, a Caixa Econômica Federal projeta financiar cerca de 80 mil novas moradias até 2026, como resultado dessas novas medidas. Atualmente, a situação da caderneta de poupança é preocupante, com saques líquidos que somaram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões em 2023 e 2024, refletindo uma crescente busca por melhores investimentos em um cenário de taxa Selic elevada.
A transição para o novo modelo será gradual, com pleno funcionamento esperado para janeiro de 2027. O governo acredita que, ao facilitar o acesso a crédito imobiliário, haverá um crescimento na concorrência entre as instituições financeiras, o que deve beneficiar os consumidores com melhores condições de financiamento. Ao atender a classe média, o governo busca não apenas ampliar o acesso à moradia, mas também respeitar a dignidade e as aspirações por um lar de qualidade.