O presidente destacou a relevância da Ferrovia Transnordestina para impulsionar as cadeias produtivas da região, enfatizando que o Nordeste não deve ser tratado como uma área secundária ou marginalizada em relação ao resto do Brasil. “O Nordeste precisa dessa obra. O Nordeste não quer ser mais tratado como se fosse a parte pobre do Brasil. O Nordeste precisa ser respeitado”, afirmou Lula, refletindo sobre a necessidade de reconhecimento e oportunidades para a população nordestina.
Lula também abordou as complexidades enfrentadas ao longo da execução desse projeto, que teve seu lançamento inicial em 2006, durante seu segundo mandato. Ele expressou o desejo de inaugurar a Transnordestina até o final do seu atual mandato, em 2026. “Todo dia tinha um problema. Era um problema na Justiça, era um problema no meio ambiente, era um problema de dinheiro. Essa estrada foi, foi, foi, e eu imaginava que ela fosse acabar em 2012”, lamentou, indicando a frustração com a lentidão dos avanços ao longo dos anos.
Os novos investimentos provenientes do governo federal incluem R$ 600 milhões que serão liberados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) nos próximos meses e R$ 816 milhões oriundos do leilão de desinvestimento do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor). O orçamento total da ferrovia é estimado em R$ 15 bilhões, com R$ 8,2 bilhões já aplicados, tanto de recursos públicos quanto privados. O retorno esperado do projeto no Produto Interno Bruto (PIB) do Semiárido é de até R$ 7 bilhões anualmente.
Atualmente, a construção da Transnordestina abrange 280 quilômetros de infraestrutura em execução, gerando mais de 4 mil empregos diretos e com contratos valendo mais de R$ 4 bilhões. A ferrovia, que terá uma extensão total de 1.209 quilômetros, interligará 53 municípios, desde Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto do Pecém, no Ceará, passando por Salgueiro, em Pernambuco.
O início da operação da ferrovia está previsto para o final deste ano, com uma fase de comissionamento que permitirá o transporte inicial de cargas. Os produtos que serão transportados incluem soja, farelo de soja, milho e calcário, fatores que prometem contribuir significativamente para a movimentação econômica da região. A expectativa é que a Transnordestina se torne um vetor essencial para o crescimento econômico e a integração do Nordeste com o restante do país.
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