ECONOMIA – Lula Defende Moeda do Brics e Critica Dependência do Dólar em Entrevista: “É Preciso Testar” a Ideia de Comércio entre os Países Membros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, em entrevista recente, sua proposta de criação de uma moeda que possa ser utilizada pelos países membros do Brics, o grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Para Lula, a iniciativa representa não apenas uma alternativa ao uso do dólar, mas também uma oportunidade para fortalecer os laços comerciais entre as nações do Sul global. Em suas declarações, ele ponderou que, se a ideia falhar após testes práticos, ele admitirá o erro, mas ressaltou que, até o momento, ninguém apresentou argumentos que o convencessem do contrário.

O presidente também comentou sobre a relevância do bloco para o Brasil, sugerindo que a posição do país no Brics pode até causar “ciúmes” em líderes estrangeiros, como Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. “Os Brics representam metade da humanidade e um terço do PIB mundial”, afirmou, ressaltando a necessidade de unir interesses comuns para promover diálogos e discussões entre as nações envolvidas.

Sobre a relação entre a taxação de produtos brasileiros pelo governo americano e a iniciativa do Brics, Lula se mostrou cético, afirmando que não é possível estabelecer uma conexão direta. Ele criticou a dependência do dólar, uma moeda que, segundo ele, serve unicamente aos interesses de um país, e propôs a discussão sobre a utilização de moedas locais nas transações entre os membros do bloco.

Lula reiterou sua defesa ao multilateralismo, destacando que essa abordagem é fundamental para garantir um equilíbrio nas negociações comerciais, evitando a predominância de potências sobre nações menores. Em um próximo compromisso internacional, o presidente iniciará a Assembleia Geral da ONU no dia 23 de setembro e se declarou disposto a defender a soberania do Brasil e questões ambientais, mencionando sua insatisfação quanto ao não cumprimento de acordos internacionais, como o Protocolo de Quioto e a retirada dos EUA do Acordo de Paris. Ele revelou ter enviado uma carta a Trump convidando-o para a Conferência das Partes (COP), mas ainda aguarda uma resposta.

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