Segundo a análise da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, o ambiente inflacionário brasileiro vem se tornando menos favorável, o que tem gerado um aumento nas expectativas de inflação. O desempenho mais forte do nível de atividade econômica, o mercado de trabalho aquecido e a aceleração dos preços dos serviços livres são alguns dos fatores apontados como causas desse cenário.
O aumento dos preços administrados, especialmente da gasolina, dos planos de saúde e dos medicamentos, tem sido um dos principais focos de pressão inflacionária nos últimos meses. Além disso, a alta dos alimentos e dos bens industriais reflete o aumento dos custos de matérias-primas, tanto no mercado internacional quanto devido à desvalorização cambial.
O cenário para 2024 aponta para uma pressão inflacionária nos serviços livres devido à demanda aquecida e aos custos crescentes com mão de obra. A alimentação no domicílio também apresenta desafios, com a seca impactando a produção de cereais, carnes, frutas e legumes.
Para o próximo ano, o Ipea elevou a estimativa de inflação dos preços administrados de 4% para 4,7%, impulsionada pelos aumentos dos combustíveis e da energia elétrica. Os conflitos internacionais, a desvalorização cambial e os efeitos prolongados da seca são fatores que podem contribuir para um cenário de risco inflacionário no curto prazo.
No entanto, as projeções indicam que em 2025 o processo de descompressão inflacionária pode começar, com a possibilidade de uma apreciação cambial e a melhoria das condições climáticas. As projeções do Ipea para 2025 apontam uma inflação de 3,9% medida pelo IPCA e 3,8% medida pelo INPC.