Em 2024, o estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil atingiu a impressionante marca de US$ 1,141 trilhão, o que equivale a 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Este percentual é o maior já registrado, sinalizando uma atratividade contínua do Brasil para investidores estrangeiros. O Banco Central divide esse investimento em duas categorias principais: US$ 884,8 bilhões correspondem à participação no capital social de aproximadamente 19 mil empresas, enquanto US$ 256,4 bilhões representam operações intercompanhias, que envolvem empréstimos entre empresas.
O levantamento revela também que, dos US$ 884,8 bilhões voltados ao capital social, US$ 244,7 bilhões têm origem nos Estados Unidos, o que representa 28% do total. Outros países notáveis na lista de investidores incluem Países Baixos, Luxemburgo, França e Espanha, entre outros. O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, ressalta que essa classificação considera o local de origem do investidor imediato, o que pode incluir também paraísos fiscais, como demonstrado pelos investimentos originados em Luxemburgo e nas Ilhas Cayman.
Em um exame mais aprofundado dos setores que atraem esses investimentos, os serviços emergem como os líderes, representando 59% do total, seguidos pela indústria e pelo setor agropecuário. Em particular, setores como serviços financeiros e a extração de petróleo e gás natural são os que mais atraem capitais estrangeiros, o que reflete a dinâmica setorial e as oportunidades que o Brasil ainda oferece.
Diante desse panorama, mesmo com as tensões comerciais em ascensão, os dados indicam que o Brasil continua sendo um polo significativo para investimentos externos, o que pode gerar um potencial de crescimento econômico, inovação e desenvolvimento na região.