ECONOMIA – Inflação prévia de outubro registra 0,18%, com combustíveis em alta e alimentos em queda, segundo dados do IBGE. IPCA-15 acumula 4,94% em 12 meses.

A prévia da inflação oficial para o mês de outubro apresentou um aumento de 0,18%, sendo a elevação predominante atribuída aos preços dos combustíveis. Essa situação se contrasta com a tendência de queda nos preços dos alimentos, que registraram uma diminuição pelo quinto mês consecutivo. Como resultado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) mostrou um desaceleramento em relação ao mês anterior, setembro, que havia registrado 0,48%.

Nos últimos doze meses, o IPCA-15 acumulou uma inflação de 4,94%, uma redução se comparada aos 5,32% verificados em setembro. De acordo com as diretrizes do governo, a meta de inflação é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais, ou seja, o limite superior é de 4,5%. Apesar da leve queda, a inflação anual ainda se mantém acima desse teto.

As instituições financeiras que compõem o Boletim Focus, publicado pelo Banco Central, estimam que o IPCA deverá encerrar o ano em 4,7%, refletindo as expectativas do mercado em relação à saúde da economia.

Ao analisar os grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA-15, cinco deles apresentaram aumento de preços de setembro para outubro. Os sectores de vestuário, despesas pessoais, transportes, saúde e habitação foram os que mais impactaram o índice. O grupo de transportes, em particular, foi responsável pela maior pressão de alta, contribuindo com 0,08 ponto percentual, impulsionado pelo aumento dos preços dos combustíveis e passagens aéreas.

Notavelmente, os alimentos e bebidas apresentaram um recuo de 0,02%, com a alimentação no domicílio caindo 0,10%, influenciada por itens como cebola, ovos e arroz. Essa queda acumulada ao longo de cinco meses representa um alívio de 0,98%.

No setor de habitação, a desaceleração foi significativa, passando de 3,31% em setembro para apenas 0,16% em outubro, ajudada pela redução de 1,09% nas tarifas de energia elétrica residencial. Essa diminuição deve-se à mudança da bandeira tarifária vermelha para um patamar menos oneroso, contribuindo assim para uma queda no índice geral.

Vale ressaltar que o IPCA-15 utiliza uma metodologia semelhante ao IPCA principal, ambos se fundamentando na coleta de preços de produtos e serviços utilizados por famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. As diferenças se limitam ao período de coleta e à abrangência geográfica, com o IPCA-15 cobrindo 11 localidades, enquanto o IPCA abrange um total de 16. O resultado completo do IPCA do mês de outubro será divulgado em 11 de novembro.