ECONOMIA – Inflação oficial registra deflação de 0,11% em agosto, a mais intensa desde setembro de 2022, com queda nos preços de energia e alimentos.

Em um cenário surpreendente para a economia brasileira, a inflação oficial registrou um índice negativo no mês de agosto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma deflação de 0,11%. Essa queda nos preços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um indício de que os consumidores puderam apreciar uma redução em seus gastos médios, uma tendência positiva inesperada para muitos.

Comparando com julho, quando a inflação havia alcançado 0,26%, a deflação de agosto marca um ponto significativo na trajetória econômica do país. Esta é a primeira deflação registrada desde agosto de 2024, que teve um índice de -0,02%, e a mais acentuada desde setembro de 2022, quando o IPCA foi de -0,29%. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação se posiciona em 5,13%, ligeiramente abaixo do 5,23% observado em julho, mas ainda assim acima do teto da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%.

Uma das principais alavancas para essa queda nos preços foi a significativa redução na conta de luz, que despencou 4,21% durante o mês. Essa diminuição teve um impacto negativo de 0,17 ponto percentual no IPCA e foi crucial para o recuo de 0,90% no grupo habitação. Isso se deve, em grande parte, ao Bônus de Itaipu, um desconto que beneficiou mais de 80 milhões de consumidores, compensando o custo adicional de bandeiras tarifárias.

Além do setor de habitação, os grupos de alimentação e bebidas também apresentaram uma redução de 0,46% em seus preços, marcando o terceiro mês consecutivo de queda. O grupo de transportes, por sua vez, teve uma diminuição de 0,27%, colaborando para a deflação observada.

O IPCA é um indicador fundamental para entender o custo de vida das famílias brasileiras com rendimentos que variam de um a 40 salários mínimos. O processo de coleta de preços abrange dez regiões metropolitanas, incluindo centros urbanos de grande porte como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

A meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN) atualmente é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, permitindo que a inflação permaneça entre 1,5% e 4,5%. Essa abordagem implica um monitoramento contínuo e adaptável da economia, incluindo a evolução da inflação ao longo do ano, refletindo as condições econômicas e as expectativas dos consumidores.

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