Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que, em outubro, os preços dos alimentos pesquisados não sofreram alterações, registrando uma variação de 0%. Por outro lado, os produtos não alimentícios tiveram um leve aumento de 0,04%. Essa dinâmica reflete a complexidade da economia, na qual variações em diferentes categorias de produtos podem impactar o índice de maneira divergente.
Um dos fatores que contribuíram para a queda na inflação foi a diminuição nas tarifas de energia elétrica. O grupo de habitação teve uma queda de 0,32%, resultando em um impacto negativo de 0,06 ponto percentual no índice geral. Essa redução se deve à mudança na bandeira tarifária, que passou do patamar 2, com uma taxa extra de R$ 7,87 por 100 kWh consumidos, para o patamar 1, que cobra R$ 4,46. Essa mudança é relevante, uma vez que preços mais baixos na eletricidade podem oferecer um alívio aos consumidores e, consequentemente, influenciar os índices de inflação.
O INPC é amplamente utilizado como um parâmetro para o reajuste anual dos salários em diversas categorias. Ele serve de base para determinar o valor do salário mínimo, que considera o INPC acumulado em novembro para estabelecer os valores do ano seguinte. Além disso, o índice também influencia o cálculo de benefícios como o seguro-desemprego e os tetos do INSS.
O IBGE também divulgou nesta data o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a principal medida de inflação do país, que ficou em 0,09% em setembro e 4,68% ao longo dos últimos 12 meses. A diferença entre o INPC e o IPCA reside no público-alvo de cada um: o INPC é direcionado a famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos, enquanto o IPCA abrange lares com renda de até 40 salários mínimos.
As variações nos índices refletem não apenas a inflação, mas também as prioridades de gastos de diferentes estratos sociais. No INPC, por exemplo, os alimentos têm um peso maior, representando cerca de 25% do índice, o que é significativo para as famílias de menor renda, que destinam uma parte maior de seu orçamento à alimentação em comparação às que têm rendimentos mais altos.
A coleta de dados para o INPC abrange diversas regiões metropolitanas do país, permitindo uma visão abrangente e mais precisa dos preços praticados no cotidiano da população brasileira de renda mais baixa. Essa metodologia é vital para entender a realidade econômico-social e ajustar políticas públicas e ajustes salariais de forma eficaz.









