ECONOMIA – Inflação do INPC fecha setembro em 0,52%, acumulando 5,1% em 12 meses e impactando reajustes salariais de diversas categorias no Brasil.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou o mês de setembro em 0,52%. No acumulado de 2023, o índice já registra uma alta acumulada de 3,62%, enquanto no período de 12 meses, o aumento nos preços alcançou 5,1%. Esses dados foram divulgados na última quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O INPC é um indicador crucial, especialmente para a informação econômica e social, pois é amplamente utilizado para calcular reajustes em salários de diversas categorias. O salário mínimo, por exemplo, utiliza a variação do INPC acumulada desde novembro do ano anterior para determinar seu valor. Além disso, o cálculo do seguro-desemprego, benefícios previdenciários e o teto do INSS também se baseiam nos índices apurados em dezembro.

No que diz respeito ao desempenho mensal, setembro teve um comportamento misto no que se refere aos preços dos produtos e serviços. Dos nove grupos analisados pelo IBGE, três apresentaram deflação, ou seja, uma queda nos preços. As categorias que se destacaram foram Habitação, com uma redução de 3,28%; Vestuário, que ficou 0,60% mais barato; e Despesas pessoais, com uma diminuição de 0,33%. A queda de preços em Alimentação e bebidas, que já dura quatro meses, registrou uma diminuição de 0,33% este mês.

Por outro lado, a alta no setor de habitação, que apresentou uma inflação de 10,57%, é atribuída ao aumento nas tarifas de energia elétrica. Este encarecimento foi consequência do fim do Bônus Itaipu, que havia beneficiado milhões de consumidores, além da manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 2. Essa bandeira implica um acréscimo no valor da conta de luz, sendo necessária para cobrir os custos de geração de energia nas usinas termelétricas quando os reservatórios das hidrelétricas estão em baixa.

O cenário econômico é ainda mais complexo quando se compara o INPC com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial do Brasil. O IPCA também foi divulgado recentemente e ficou em 0,48% em setembro, com uma alta acumulada de 5,17% nos últimos 12 meses. A diferença fundamental entre os dois índices está no perfil das famílias que cada um representa: o INPC reflete as variações de preços para lares com renda de até cinco salários mínimos, enquanto o IPCA é correspondente a famílias com renda de até 40 salários mínimos.

Esse tipo de análise é vital para a compreensão do comportamento da economia brasileira, especialmente para as famílias de menor renda, que são as mais impactadas pela variação nos preços de alimentos e outros itens essenciais. Para a coleta dos preços que compõem o INPC, o IBGE realiza um abrangente trabalho em dez regiões metropolitanas, além de outras cidades representativas em diversas partes do Brasil.

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