No início do ano, em maio de 2024, a cifra era ainda mais negativa, com -0,34%, mas nos meses seguintes, o IGP-M voltou a apresentar taxas positivas, culminando em uma alta expressiva de 8,58% em março de 2025. Essa volatilidade reflete a dinâmica econômica local e o impacto dos preços no atacado, que, de acordo com Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), sofreram uma retração de 2,06%. Especificamente, foi observada uma queda acentuada nos preços de produtos industriais e agropecuários, o que contribuiu para a deflação acumulada.
O IGP-M é constituído de três componentes principais: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que carrega o maior peso, respondendo por 60% do total; seguido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30%, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Recentemente, o IPC apresentou uma alta de 3,95%, enquanto o INCC aumentou 6,41%, refletindo um panorama de preços em diversas esferas da economia.
Em novembro, o IGP-M registrou uma alta de 0,27%, revertendo a queda de outubro que havia marcado -0,36%. Contudo, ainda com esse aumento mensal, o acumulado anual passou de uma inflação de 0,92% em outubro para deflação, uma decisão que se explica pela exclusão do dado referente a novembro de 2024, quando a inflação do aluguel havia subido 1,30%.
Por fim, embora o IGP-M seja comumente associado à inflação do aluguel, sua configuração negativa não garante necessariamente uma redução nos aluguéis, especialmente em contratos que estipulam reajuste apenas em casos de variações positivas do índice. A FGV, responsável pela coleta de preços, abrange diversas cidades, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e realizou a medição do IGP-M entre 21 de outubro e 20 de novembro. O reflexo dessas oscilações pode ser sentido também em tarifas públicas e serviços essenciais, ampliando as implicações do índice no cotidiano da população.
