Ao considerar o acumulado dos últimos 12 meses, o IGP-M apresenta uma inflação de 4,39%, o menor valor desde agosto de 2024, quando ficou em 4,26%. Esse número é expressivamente inferior aos 8,58% registrados em março deste ano, apontando assim uma tendência de redução da inflação que pode trazer alívio para as famílias e o mercado imobiliário.
A composição do IGP-M é determinada por três índices principais. O mais significativo é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que corresponde a 60% do total do IGP-M. Neste mês, a forte queda nos preços dos produtos agropecuários, que apresentaram uma redução de 4,48%, foi um dos principais responsáveis pela deflação.
Dentro do IPA, os produtos que mais contribuíram para essa queda foram o minério de ferro (-4,96%), o milho em grão (-16,93%) e o café em grão (-11,01%). Essa diminuição nos preços reflete uma oferta abundante e um mercado mais competitivo.
O segundo componente relevante, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que abrange 30% da composição do IGP-M, também foi decisivo para a queda do índice em junho. A deflação de 0,19% nesse segmento foi impulsionada pela diminuição nos preços de alimentos, como o tomate (-7,20%), os ovos (-7,60%), o arroz (-3,78%) e o mamão papaya (-11,28%). A expectativa de uma safra recorde, conforme destacado por economistas, também sustenta essa tendência de queda nos preços ao consumidor.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), o terceiro componente do IGP-M, subiu 0,96% em junho, principalmente devido ao aumento dos custos da mão de obra, influenciado por reajustes salariais.
O IGP-M serve como uma referência importante, principalmente para o reajuste de contratos de aluguel e tarifas públicas, impactando diretamente o cotidiano de muitas famílias. A coleta de preços realizada pela FGV abrange diversas capitais brasileiras, com o período de levantamento entre 21 de maio e 20 de junho.