Em comparação a julho, quando o IPCA-15 havia registrado um aumento de 0,33%, o resultado de agosto marca um retorno significativo à deflação, a primeira desde julho de 2023. Na análise de um ano, o índice acumulado permanece em 4,95%, uma queda em relação aos 5,30% verificados no mês anterior. Essas variações são monitoradas de perto pelo governo, que estipula uma meta de inflação oficial de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Dos nove grupos de produtos e serviços analisados, quatro apresentaram deflação em agosto, destacando-se a habitação, que teve uma queda expressiva de 1,13%, resultando em um impacto negativo de –0,17% no índice. Essa diminuição foi impulsionada, principalmente, pela redução de 4,93% na tarifa de energia elétrica, um reflexo do Bônus de Itaipu, que beneficiou milhões de consumidores. Este incentivo financeiro contribuiu significativamente para o alívio no orçamento familiar.
A categoria de alimentos e bebidas também destacou-se de forma positiva, apresentando uma redução de 0,53% nos preços, que representa a terceira queda consecutiva após um longo período de alta. Entre os alimentos que tiveram suas tarifas reduzidas estão a manga e a batata-inglesa, que evidenciam uma tranquilização nos custos associados.
No setor de transportes, a deflação de 0,47% também merece menção, com a gasolina, que possui um peso considerável na cesta de consumo, apresentando queda de 1,14%. Este cenário pode ser visto como um alívio importante para os consumidores, promovendo uma sensação de melhoria nas condições de vida.
Por outro lado, outros grupos de produtos e serviços, como saúde, educação e vestuário, mostraram variações positivas, mas essas não foram suficientes para contrabalançar as quedas observadas nos setores já mencionados. Esta prévia do IPCA-15, que abrange a coleta de preços em onze localidades do Brasil, será a base para a inflação oficial, cujo resultado final será divulgado em 10 de setembro, trazendo novas perspectivas sobre a economia nacional.