No acumulado dos últimos doze meses, o IPCA apresenta uma nova queda, agora em 4,68%, um recuo em relação aos 5,17% registrados nos doze meses encerrados em setembro. Este é um marco importante, pois representa a primeira vez em oito meses que a taxa anual fica abaixo de 5%. No entanto, vale ressaltar que este número ainda está acima da meta estabelecida pelo governo, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, um limite máximo de 4,5%.
Um dos fatores principais para essa redução na inflação foi a diminuição de 2,39% na tarifa de energia residencial em outubro, o que teve um impacto negativo de -0,1 ponto percentual no IPCA. Essa queda foi impulsionada pela migração da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a bandeira 1, que, por sua vez, resultou em uma redução no custo adicional cobrado na conta de energia.
Além disso, a segmentação de preços de alimentos e bebidas revelou estabilidade, com uma variação geral de 0,01%. Essa é a menor variação para o mês de outubro desde 2017. Entre os principais produtos, o arroz e o leite longa vida apresentaram quedas significativas, enquanto a batata-inglesa e o óleo de soja tiveram altas expressivas.
O cenário inflacionário ainda desafia o Banco Central e mantém a taxa Selic em 15% ao ano, um dos mais altos níveis desde 2006. Essa taxa elevada é uma medida para conter a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando investimentos. No entanto, os últimos resultados ampliam a discussão sobre a eficácia dessas políticas em um cenário onde o IPCA se mantém fora da faixa de tolerância definida pelo governo.
Esses dados sobre a variação de preços coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluem produtos e serviços em dez regiões metropolitanas e em várias capitais do Brasil. Com esta estrutura, o IPCA reflete o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos, permitindo uma análise abrangente das condições econômicas atuais.
