No acumulado de 2024, a faixa de renda baixa registrou a maior alta inflacionária, atingindo 5%, enquanto o segmento de renda alta apresentou uma taxa menos elevada de 4,4%. Quando comparado o ano de 2024 com 2023, observou-se uma aceleração da inflação nas quatro primeiras faixas de renda e uma desaceleração nas faixas de renda média alta e alta.
A influência da alta dos alimentos e bebidas e dos transportes foi significativa nesse cenário. O impacto da alta dos alimentos foi mais sentido nas classes de renda mais baixa, devido ao peso maior desse gasto no orçamento dessas famílias. Já a pressão exercida pelo grupo transportes foi mais intensa para o segmento de renda alta.
A análise detalhada revela que, mesmo com deflações em alguns produtos como cereais, tubérculos e leites e derivados, os aumentos expressivos nas proteínas animais, óleo de soja e café evidenciam o impacto dos alimentos, principalmente para as classes de renda mais baixa. No que diz respeito aos transportes, os reajustes nas tarifas de transporte público e nos serviços de transporte por aplicativo e passagens aéreas afetaram de modo mais acentuado a inflação das famílias de maior poder aquisitivo.
É importante ressaltar que a deflação no grupo habitação, influenciada pela queda das tarifas de energia elétrica, contribuiu para aliviar a pressão inflacionária em todas as classes. No geral, os maiores impactos inflacionários nos últimos 12 meses foram observados nos grupos de alimentos e bebidas, saúde e cuidados pessoais, e transportes. Itens como arroz, carnes, óleo de soja, medicamentos e serviços de saúde foram os principais protagonistas dessas pressões.