O balanço anual da associação também revelou um crescimento de 3,7% no número de trabalhadores diretos, atingindo a marca de 1,97 milhão. O presidente executivo da ABIA, João Dornellas, atribui esse resultado expressivo ao aumento de 5,1% da produção física, totalizando 270 milhões de toneladas de alimentos, e aos investimentos em inovação, pesquisa e desenvolvimento, ampliação e modernização de plantas que alcançaram a cifra de R$ 35,9 bilhões em 2023, mais de 50% acima do apurado no ano anterior.
O faturamento em 2023 também foi impressionante, alcançando R$ 1,161 trilhão, 7,2% acima do ano anterior, acompanhando o crescimento das vendas para o varejo, o serviço alimentar e as exportações, correspondendo a 10,8% do PIB nacional. Deste total, R$ 851 bilhões foram oriundos das vendas no mercado interno e R$ 310 bilhões das exportações. As vendas reais totais (mercado interno e exportações) apresentaram expansão de 3,4%, com destaque para as exportações que cresceram 5,2% em valor, alcançando o patamar recorde de US$ 62 bilhões.
A estabilidade de preços e a busca pela eficiência operacional permitiram que a comida chegasse mais barata à mesa dos brasileiros, contribuindo assim para a queda da inflação. O índice de preços de commodities da FAO registrou queda de 13,7% em relação ao ano anterior, porém permanece 19,2% acima do patamar de antes da pandemia.
Em relação à exportação de alimentos industrializados, o Brasil se consolidou como o maior exportador mundial em volume, com 72,1 milhões de toneladas, representando um crescimento de 11,4% em relação a 2022 e de 51,8% em relação a 2019. As exportações responderam por 27% das vendas do setor, com destaque para a China, que foi o maior mercado consumidor, seguida dos 22 países da Liga Árabe e da União Europeia. Dornellas destacou a capacidade do Brasil em atender o mercado interno e ainda exportar para 190 países, e ainda afirmou que o país está trabalhando para avançar na exportação de produtos com maior valor agregado.
Com números tão expressivos, a indústria de alimentos no Brasil demonstrou sua resiliência e capacidade de crescimento, mesmo diante das adversidades. Esse desempenho tem contribuído não apenas para a economia do país, mas também para a segurança alimentar de milhões de brasileiros.