Os signatários do manifesto argumentam que as apostas podem levar a sérios problemas de saúde e reduzir a renda das famílias, desviando recursos que normalmente seriam destinados à poupança, lazer e alimentação. Esse cenário, conforme destacado, pode impactar negativamente o consumo em setores produtivos, fragilizando a economia como um todo.
A iniciativa busca que a nova tributação gere recursos a serem investidos em saúde e educação, áreas que muitas vezes carecem de investimentos públicos adequados. A regulamentação do setor de apostas foi implementada no início do ano, mas as entidades ainda enxergam a necessidade de estratégias mais efetivas para mitigar os efeitos adversos dessas atividades.
Diversas associações, incluindo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, também apoiam o manifesto. Dados recentes levantados pelo Instituto Locomotiva indicam que uma significativa parte dos apostadores, cerca de 61%, recorreu a plataformas irregulares, o que evidencia a vulnerabilidade do público, especialmente entre os de menor renda e escolaridade.
Segundo as entidades, se a CIDE-Bets for aprovada neste ano, ela poderá entrar em vigor em 2026, com a expectativa de reduzir os gastos com apostas virtuais em até 22,5%. Além disso, a nova tributação poderia gerar uma arrecadação adicional de R$ 8,5 bilhões aos cofres públicos.
Recentemente, a Câmara dos Deputados retirou de pauta a Medida Provisória 1.303, que visava aumentar os tributos sobre investimentos financeiros e apostas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que as propostas contidas na MP serão incorporadas a um novo projeto de lei, garantindo que as discussões sobre fiscalizações efetivas e arrecadação continuem no legislativo.
