Apesar do resultado positivo em outubro, comparado ao mesmo mês do ano anterior, houve uma retração de 0,5%. A média móvel trimestral apresentou uma leve alta de 0,1% em relação ao período encerrado em julho. Atualmente, a produção industrial está 2,4% acima dos níveis pré-pandemia, mas 14,8% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.
Analisando as atividades, o IBGE identificou crescimento em 12 das 25 categorias industriais pesquisadas. Os setores que se destacaram positivamente incluem a indústria extrativa, com um impressionante aumento de 3,6%, além de produtos alimentícios, veículos automotores e equipamentos de informática, todos apresentando resultados favoráveis. No entanto, o cenário não foi homogêneo; setores como produtos farmoquímicos e farmacêuticos e impressão sofreram quedas significativas.
A análise do IBGE também destacou a influência negativa da política monetária restritiva, com a alta taxa de juros afetando a capacidade de crescimento do setor industrial. Atualmente, a Selic se encontra em 15% ao ano, o que representa o maior patamar desde 2006. Essa estratégia do Banco Central visa controlar a inflação, que permanece elevada, frequentemente superando as metas estabelecidas.
Além disso, um fator externo que impactou negativamente a produção foi o tarifaço aplicado pelas autoridades americanas, que afetou diversos segmentos, incluindo madeira e calçados. Embora esse fator tenha causado estragos, os especialistas afirmam que o impacto das altas taxas de juros é mais profundo e abrangente.
Em meio a esse quadro, o mercado de trabalho brasileiro mostra sinais promissores, com queda nas taxas de desemprego e aumento da renda, potencialmente beneficiando a atividade industrial. As negociações entre Brasil e Estados Unidos em busca de uma solução para as tarifas adicionais também continuam, com o governo brasileiro empenhado em minimizar os efeitos negativos sobre a economia. O próximo período é crucial para que a indústria consiga retomar um crescimento mais robusto enquanto navega por desafios monetários e comerciais.









