De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), foram importados 4,2 milhões de pares somente em julho, um aumento notável de 98,5% em relação ao mesmo mês de 2022. Em termos de receita, a variação foi igualmente significativa, com um incremento de 89,6%. Nos primeiros sete meses de 2023, as importações totalizaram 26,58 milhões de pares e US$ 337,8 milhões, revelando um crescimento tanto em volume quanto em receita, com aumentos de 27,5% e 30,5%, respectivamente.
Enquanto isso, o cenário das exportações de calçados apresenta um contraste alarmante. Em julho, o Brasil exportou mais de 7,18 milhões de pares, totalizando US$ 76,74 milhões. Contudo, essa quantidade representou uma queda de 7,3% em volume e de 11,8% em receita comparado ao mesmo mês do ano anterior. Nos sete primeiros meses do ano, as exportações acumulam cerca de 59,88 milhões de pares, apresentando um aumento de 6,6% no volume, mas com um crescimento tímido de apenas 0,7% em receita, que alcançou US$ 574 milhões.
Esse declínio nas exportações é atribuído principalmente à intensificação da concorrência internacional. A China, por exemplo, tem redirecionado suas exportações, especialmente para escapar das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos, o que impactou diretamente as vendas brasileiras para mercados da Europa e América Latina. Essa mudança na dinâmica do comércio internacional vem gerando um impacto considerável no desempenho das indústrias locais, que agora se veem em uma luta pela competitividade em um cenário cada vez mais desafiador. A situação merece atenção, visto que a balança entre importações e exportações pode redefinir o futuro do setor calçadista brasileiro.