ECONOMIA – Icec registra segunda queda consecutiva em fevereiro, mas indicador segue acima do nível de satisfação, aponta pesquisa da CNC.

No cenário econômico brasileiro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou, pelo segundo mês consecutivo, uma queda significativa. Em fevereiro, o indicador registrou uma redução de 2,1% em comparação com janeiro e de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a 103,7 pontos. Apesar disso, o Icec ainda se mantém acima do nível de satisfação, que é determinado quando o índice ultrapassa os 100 pontos.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), essa queda na confiança dos empresários reflete um clima menos otimista no setor varejista, em meio a um contexto econômico desafiador. A análise da CNC aponta que a redução se deve, principalmente, ao declínio em quase todos os componentes avaliados, sendo mais impactante o segmento de “condições atuais da economia”, que apresentou uma queda de 6,5% em relação ao mês anterior e de 18,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O único subíndice que apresentou crescimento foi o de “intenções de investimento em estoque”, com um aumento de 0,1% em ambas as comparações. O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou a importância do otimismo do setor varejista para a retomada dos investimentos e o crescimento econômico do país, ressaltando a influência do ambiente de juros elevados e da complexidade da trajetória econômica atual.

A retração do Icec também foi influenciada pela queda em todos os segmentos avaliados, com destaque para as lojas de supermercados, farmácias, e lojas de cosméticos, que apresentaram uma variação negativa mensal de 3,3%. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, apontou que as atividades que envolvem bens de maior valor agregado, como eletroeletrônicos, móveis e decorações, foram as mais afetadas pela evolução dos juros, apresentando uma queda de 5,3% em relação a janeiro.

Diante desse cenário, os comerciantes têm enfrentado desafios em relação à alta da Selic e à perspectiva de novos aumentos, o que tem impactado diretamente nas decisões de investimento e no desempenho do setor varejista. É necessário um acompanhamento cuidadoso dessa situação nos próximos meses para garantir a recuperação e o crescimento do comércio no Brasil.

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