De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), essa queda na confiança dos empresários reflete um clima menos otimista no setor varejista, em meio a um contexto econômico desafiador. A análise da CNC aponta que a redução se deve, principalmente, ao declínio em quase todos os componentes avaliados, sendo mais impactante o segmento de “condições atuais da economia”, que apresentou uma queda de 6,5% em relação ao mês anterior e de 18,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O único subíndice que apresentou crescimento foi o de “intenções de investimento em estoque”, com um aumento de 0,1% em ambas as comparações. O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou a importância do otimismo do setor varejista para a retomada dos investimentos e o crescimento econômico do país, ressaltando a influência do ambiente de juros elevados e da complexidade da trajetória econômica atual.
A retração do Icec também foi influenciada pela queda em todos os segmentos avaliados, com destaque para as lojas de supermercados, farmácias, e lojas de cosméticos, que apresentaram uma variação negativa mensal de 3,3%. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, apontou que as atividades que envolvem bens de maior valor agregado, como eletroeletrônicos, móveis e decorações, foram as mais afetadas pela evolução dos juros, apresentando uma queda de 5,3% em relação a janeiro.
Diante desse cenário, os comerciantes têm enfrentado desafios em relação à alta da Selic e à perspectiva de novos aumentos, o que tem impactado diretamente nas decisões de investimento e no desempenho do setor varejista. É necessário um acompanhamento cuidadoso dessa situação nos próximos meses para garantir a recuperação e o crescimento do comércio no Brasil.