ECONOMIA – Haddad Critica Governos Anteriores por Aumento de Imposto de Renda e Anuncia Isenção para 25 Milhões de Brasileiros com Nova Faixa Salarial

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou severamente os governos anteriores por não atualizarem a tabela do Imposto de Renda, o que resultou na inclusão de mais de 20 milhões de brasileiros de baixa renda entre os contribuintes desse tributo. Durante um debate sobre conjuntura política realizado em Brasília, Haddad enfatizou que os anos de defasagem na tabela do Imposto de Renda, que ficou congelada entre 2015 e 2022, afetaram diretamente as camadas mais vulneráveis da população.

Ele argumentou que a falta de correção promovida durante as gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro fez com que trabalhadores que não deveriam ser tributados pela renda passaram a pagar o Imposto de Renda, gerando uma injustiça fiscal. Haddad lembrou que, nesse período, apenas aqueles que receavam até R$ 1.903 estavam isentos, o que representa uma defasagem significativa de mais de 36% segundo cálculos da categoria dos auditores-fiscais da Receita Federal.

Diante desse cenário, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já começou a implementar mudanças. Em 2024, a faixa de isenção foi elevada para R$ 2.824 e, posteriormente, para R$ 3.036. Atualmente, uma nova proposta tramita no Congresso, buscando ampliar essa isenção para os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, beneficiando um total estimado em 25 milhões de brasileiros.

Haddad ressaltou que essa medida não apenas facilita a vida de muitos trabalhadores, mas também possui um caráter fiscal neutro, com a intenção de cobrar impostos de apenas 141 mil indivíduos que anualmente recebem mais de R$ 1 milhão. Isso, segundo ele, representa uma tentativa de realizar uma “justiça tributária”, onde os que estão no topo da pirâmide contribuam para aliviar a carga dos mais necessitados.

Além das reformas no Imposto de Renda, Haddad também anunciou que o governo prepara um conjunto de iniciativas para facilitar o acesso ao crédito habitacional, especialmente para trabalhadores com baixa renda e classe média. A proposta envolve a utilização de recursos da poupança para oferecer financiamentos mais acessíveis, possibilitando que mais brasileiros realizem o sonho da casa própria.

Com essas medidas, o ministro vislumbra não apenas um fortalecimento da renda das famílias, mas também um estímulo ao consumo interno, que é vital para a recuperação econômica do país. Ao finalizar sua participação no evento, Haddad reafirmou o compromisso do governo em buscar soluções que promovam a justiça social e o desenvolvimento econômico, ressaltando a importância da inclusão fiscal e do aumento do acesso ao crédito habitacional.

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