ECONOMIA – Gripe aviária no Rio Grande do Sul: ministro garante que preços da carne de frango não devem ser afetados, apesar de suspensão nas exportações.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, garantiu nesta segunda-feira que os recentes surtos de gripe aviária no Rio Grande do Sul não devem impactar significativamente o preço da carne de frango no Brasil. Apesar da suspensão das exportações para várias nações, como México e Coreia do Sul, Fávaro acredita que as flutuações nos preços serão mínimas. “Pode haver pequenas variações e um excesso de oferta devido ao fechamento de alguns mercados, mas espero que a estabilidade predomine”, afirmou em coletiva de imprensa.

O Brasil, que se destaca como o maior exportador mundial de carne de frango, enviou 5,2 milhões de toneladas do produto em 2024, gerando uma receita de US$ 9,9 bilhões. Destes, mais de 35% é destinado ao mercado internacional. Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representam a grande maioria das exportações, com a China, Japão e Arábia Saudita figurando entre os principais destinos.

Carlos Fávaro mencionou que, com a experiência de surtos anteriores, como o caso da doença de Newcastle, os preços não apresentaram quedas abruptas. Ele ressaltou que cerca de 70% da produção permanece no mercado interno, o que deve ajudar a estabilizar os preços. Para garantir que a situação seja monitorada de forma eficaz, o país estabelecerá um ciclo de vigilância de 28 dias antes de enviar uma autodeclaração à Organização Mundial de Saúde Animal.

Até o momento, o Brasil investiga sete casos de gripe aviária, com três já descartados. Os focos confirmados estão localizados em uma granja em Montenegro e um zoológico em Sapucaia do Sul, ambos na região metropolitana de Porto Alegre. A vigilância continua em outras regiões, com análises sendo realizadas para evitar a propagação da doença.

As suspensões de exportação afetam diretamente o comércio do frango brasileiro, com diversos países já emitindo avisos formais. Entretanto, em muitos casos, as restrições podem se aplicar apenas ao estado do Rio Grande do Sul. O Brasil também mantém sua posição como fornecedor para o mercado de ovos, apesar de algumas limitações temporárias.

Fávaro enfatizou a eficiência do sistema de defesa agropecuária do Brasil, que leva em conta a transparência e acompanhamento rigoroso das situações de surtos sanitários. “Foi inevitável que isso acontecesse em algum momento; nosso sistema é robusto e confiável, e a resposta a essa emergência já está em curso”, concluiu. Em resposta aos surtos, mais de 17 mil aves foram sacrificadas, e a desinfecção das instalações envolvidas está em andamento.

Dessa forma, o governo brasileiro se mostra preparado para enfrentar os desafios impostos pela gripe aviária, com um plano de ação claro e a promessa de transparência em todo o processo de monitoramento e resposta à situação.