Dentre as principais medidas do pacote, destaca-se a abertura de R$ 30 bilhões em linhas de crédito, um passo significativo para as empresas impactadas. Além disso, foram anunciadas a prorrogação dos prazos no regime aduaneiro especial conhecido como drawback, o diferimento de tributos e a concessão de créditos tributários direcionados aos exportadores. Segundo a Abrafrutas, esses pontos estão em consonância com os pleitos já expostos por seus representantes, o que demonstra uma tentativa do governo de dialogar com as necessidades do setor.
A entidade também elogiou as iniciativas que visam ampliar o acesso a seguros de crédito à exportação e a possibilidade de compras públicas para absorver a produção prejudicada. Essas medidas, de acordo com a Abrafrutas, poderão amenizar as perdas imediatas enfrentadas pelas empresas.
No entanto, a associação fez uma ressalva importante: o conjunto de ações ainda não abrange completamente toda a cadeia produtiva da fruticultura. Um ponto de preocupação foi a situação dos pequenos produtores, que dependem da comercialização com empresas exportadoras. A Abrafrutas alertou que esses produtores podem ficar desamparados, visto que as medidas anunciadas priorizam, em sua maioria, os exportadores diretos. Sem ações que alcancem efetivamente a base da produção, existe o risco de retração nas compras, o que pode prejudicar a renda desses pequenos agricultores e ameaçar sua permanência no campo.
O plano de apoio será implementado através de uma medida provisória, utilizando recursos de crédito extraordinário ao orçamento, uma estratégia já utilizada anteriormente para responder a crises, como as enchentes no Rio Grande do Sul em 2022. A expectativa é que esse pacote ajude a mitigar os danos causados pelo aumento das tarifas financeiras enfrentadas pelo setor agrícola brasileiro, mas as demandas dos pequenos produtores permanecem uma preocupação central que demanda atenção imediata.