De acordo com um levantamento recente, a distribuição da necessidade de financiamento entre os diferentes níveis de governo é a seguinte: o Governo Central, que inclui não apenas a Administração Federal, mas também o Legislativo, Judiciário e empresas estatais dependentes, apresenta uma necessidade de R$ 670,3 bilhões. Os governos estaduais demandam R$ 55,5 bilhões, enquanto os municípios precisam de R$ 15,5 bilhões.
A visão detalhada dos números revela que a redução na necessidade de financiamento se deve, principalmente, à crescente arrecadação do governo, que teve um aumento nominal de 12,7% em relação ao ano anterior. Dentre os tributos, a arrecadação de impostos saltou 16,3%, e as contribuições sociais foram elevadas em 8,2%. Em contrapartida, as despesas do governo aumentaram 8,5%, com destaque para os benefícios previdenciários e assistenciais, que representam a maior parte dessa rubrica, registrando um crescimento de 6%. Dentro deste grupo, os benefícios assistenciais para idosos e invalidez mostraram um aumento considerável de 18,2%.
Entretanto, mesmo com os avanços na arrecadação, o cenário de gastos continua desafiador. Em 2024, estão previstos R$ 971 bilhões apenas para o pagamento de juros da dívida pública, valor que corresponde a 52% dos gastos do país com benefícios previdenciários e assistenciais, que totalizam R$ 1,9 trilhão. A predominância financeira do Governo Central é evidente, uma vez que as maiores parcelas de receitas e despesas se concentram nessa esfera. O desafio contínuo será equilibrar a necessidade de financiamento com a realidade das arrecadações e gastos futuros.









