ECONOMIA –

Governo Estabelece Teto de 3,6% em Taxas de Vale-Refeição para Melhorar Efetividade do Programa de Alimentação do Trabalhador

Na última quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma importante mudança nas regras que regem as taxas cobradas por empresas emissoras de vale-refeição e vale-alimentação, estabelecendo um teto de 3,6% para essas cobranças. A iniciativa, considerada “mais civilizada” em comparação com o valor médio atual de 5,19%, visa coibir distorções e práticas inadequadas que têm comprometido a eficácia do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).

Haddad explicou que o governo tomou essa decisão ao identificar que uma parte significativa dos recursos destinados ao PAT estava sendo consumida por intermediadores ao longo da cadeia de repasses entre empresas de benefícios e estabelecimentos comerciais. Segundo ele, essa situação tem resultado em taxas de retorno excessivas e em um comportamento que remete a práticas irregulares. O ministro enfatizou que é essencial assegurar que os recursos do programa sejam efetivamente direcionados aos trabalhadores e às empresas que fazem parte da cadeia produtiva.

O novo decreto, que entra em vigor de maneira escalonada entre 90 e 180 dias, também impõe um prazo máximo de 15 dias para que as operadoras repassem os valores das transações aos estabelecimentos. Essa medida busca agilizar o fluxo financeiro e ajudar você, o trabalhador, a obter alimentação saudável a preços acessíveis. Além disso, Haddad ressaltou que a prática de “rebates” – descontos ou devoluções financeiras indevidas para empresas contratantes dos benefícios – tem sido uma fonte de irregularidade, pois viola princípios de transparência comercial.

Em termos econômicos, a Fazenda estima que as novas regras poderão gerar uma economia de até R$ 7,9 bilhões ao ano, refletindo um ganho médio de R$ 225 por trabalhador. O governo espera que essas economias sejam repassadas aos consumidores, promovendo uma concorrência mais justa entre bares, restaurantes e supermercados.

Além disso, o decreto prevê a interoperabilidade entre as bandeiras de cartões em até um ano, permitindo que qualquer estabelecimento aceite cartões de diferentes operadoras. Outra inovação é a restrição à concentração da emissão de cartões por empresas que têm mais de 500 mil funcionários, com o intuito de aumentar a concorrência e combater abusos de poder econômico.

Essas mudanças são vistas como um passo crucial para restaurar o propósito original do PAT: promover a alimentação saudável de forma acessível, beneficiando tanto os trabalhadores quanto os empreendedores que operam nos ramos de alimentação e varejo.

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