ECONOMIA – Governo e Indústria da Saúde Anunciam Investimento Conjunto de R$ 57,4 Bi para Ampliar Produção Nacional

O governo federal e empresas do setor econômico-industrial da saúde anunciaram na última quarta-feira, 14, um pacote de investimentos que totaliza R$ 57,4 bilhões, como parte da nova política industrial nacional que entrou em vigor neste mês de janeiro. A revelação aconteceu durante uma solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou a importância da medida para o desenvolvimento do país.

Durante a cerimônia, Lula enfatizou a missão do governo de apoiar a indústria e fortalecer a soberania nacional. “O governo cuida da indústria, do povo, do país, da soberania desse país. Esse país tem tudo para ser grande. Estejam certos que o SUS vai continuar se aperfeiçoando e a gente vai poder ter orgulho de dizer que somos brasileiros e não desistimos nunca”, afirmou o presidente.

O anúncio também envolveu a definição de novas metas para o setor de saúde, estabelecidas durante a reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que foi reativado recentemente por Lula. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, uma das principais metas é aumentar a produção nacional de medicamentos e produtos de saúde para reduzir a dependência de importações. Atualmente, o Brasil importa cerca de 55% desses produtos. A meta é que, até 2026, 50% sejam produzidos internamente, e até 2033, esse percentual suba para 70%.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ressaltou a relevância dessa estratégia para a soberania nacional, especialmente após os desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19. “Sentimos na pele o quanto significou a dependência internacional, principalmente na pandemia. Mesmo com nossa força na produção de vacinas, tivemos que importar bastante devido à demanda,” explicou Santos.

No âmbito financeiro, o governo anunciou que a indústria da saúde receberá R$ 16,4 bilhões em financiamento público. Desses, R$ 8,9 bilhões virão do PAC Saúde, R$ 4 bilhões do BNDES e R$ 3,5 bilhões da Finep. Adicionalmente, as empresas do setor aportarão R$ 39,5 bilhões, com destaque para o Grupo FarmaBrasil, Interfarma e Sindusfarma, que investirão R$ 33,5 bilhões entre 2024 e 2026. Além disso, R$ 6 bilhões serão destinados ao Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde para ampliação da produção de vacinas e biofármacos, destinados primordialmente ao SUS.

O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, destacou que o setor de saúde representa cerca de 9% do PIB nacional e tem um papel crucial na inovação tecnológica e na qualidade de vida da população. “É um setor fundamental e gera muita inovação tecnológica. É pouco, tem que ser mais. Temos um déficit comercial de US$ 14,6 bilhões. Se fortalecermos esse setor, economizaremos divisas, geraremos empregos e competividade e começaremos a exportar,” declarou Mercadante.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, mencionou que a reforma tributária poderá ser um grande estímulo para novos investimentos ao desonerar as compras públicas e reduzir a alíquota básica de medicamentos.

O evento em Brasília também marcou o anúncio de um incremento no Plano Mais Produção, coordenado pelo BNDES, com aporte adicional de R$ 42,7 bilhões, elevando o total para R$ 342,7 bilhões. A iniciativa, batizada de Nova Indústria Brasil (NIB), visa atrair investimentos privados por meio de recursos públicos e está estruturada em missões específicas, abrangendo setores estratégicos como agroindústria, saúde, infraestrutura, transformação digital, transição ecológica e defesa.

Esses investimentos e políticas refletem o compromisso do governo em fomentar o crescimento econômico e a inovação no Brasil, visando garantir a autossuficiência e reduzir a dependência externa do país em setores cruciais.

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