Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que eleva a isenção do IR para rendimentos de até R$ 5 mil mensais e reduz as alíquotas para rendimentos de até R$ 7.350. Essa medida, que representa uma das prioridades da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora passa por tramitação no Senado.
Durante a reunião, Haddad afirmou que, apesar de a equipe econômica considerar o projeto “neutro em termos fiscais”, novos estudos indicam a possibilidade de perdas na arrecadação. Enquanto a Instituição Fiscal Independente (IFI) estima um impacto negativo de R$ 1 bilhão por ano, a Consultoria do Senado aponta que a renúncia pode chegar a R$ 4 bilhões anuais. Isso levou Haddad a sugerir que, caso o déficit se confirme, o Senado poderia aprovar um projeto complementar para garantir a neutralidade fiscal.
O ministro também destacou a necessidade de recalcular os impactos e de apresentar os resultados a Renan Calheiros até a próxima quarta-feira, buscando uma confirmação definitiva junto à Receita Federal. “Tivemos todo o cuidado de garantir a neutralidade fiscal, e vamos confrontar os números com a Receita”, declarou.
Renan Calheiros, por sua vez, manifestou estar analisando cinco alternativas para o trâmite do projeto no Senado, que incluem a aprovação do texto na íntegra, a inclusão de emendas, a supressão de trechos, o desmembramento da proposta ou a apresentação de um projeto complementar. A intenção é garantir uma rápida sanção presidencial, visto que a meta é permitir que as novas faixas de isenção entrem em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026.
A proposta atual prevê compensações para a perda de receita, incluindo a tributação sobre lucros e dividendos e uma nova alíquota mínima de 10% sobre rendas superiores a R$ 600 mil anuais. No entanto, alguns técnicos enfatizam que essas medidas podem não ser suficientes para cobrir o impacto fiscal.
O compromisso do Ministério da Fazenda é manter o equilíbrio das contas públicas. A urgência da sanção é reforçada pela previsão de que cerca de 15 milhões de brasileiros poderiam ser beneficiados, eliminando ou reduzindo o pagamento do imposto, desde que a proposta avance rapidamente no Congresso. Renan Calheiros planeja discutir com o presidente do Senado e líderes partidários sobre o calendário de votação, uma vez que a aprovação célere da reforma do IR é considerada uma das principais ações da atual gestão econômica do governo.
